Crimes sionistas e a coragem judaica de os denunciar
Enio Lins
NÃO CONFUNDA SIONISTA COM JUDEU. Nem todo judeu é sionista, nem todo sionista é judeu. Mas todo sionista – especialmente os de extrema-direita, sendo ou não judeu – insiste em impor um sinal de igualdade entre essas duas palavras como manto protetor para suas ideias racistas e colonialistas. E nem todo sionista é de extrema-direita. Grupos de esquerda e da social-democracia se engajaram desde o início do movimento de construção de uma nação judaica. Mas, há tempos, se tenta impor a equação-empulhação “sionista é igual a judeu, logo quem combate o sionismo combate o povo judeu, é antissemita”. Essa impostura aumenta de volume a cada agressão sionista.
É O POVO JUDEU IGUAL a qualquer outro povo: tem judeu do bem e judeu do mal, judeu honesto e judeu vigarista, judeu pacifista e judeu belicista, judeu rico e judeu pobre, judeu de esquerda e judeu de direita, judeu teísta e judeu ateu, judeu sionista e judeu antissionista... Gente, judeu é gente. É oportunismo e racismo atribuir ao povo judeu um caráter uno e indivisível como se a população judaica não tivesse diferenças de opinião, comportamento e militância – diferenças antagônicas, a depender do caso. Enquanto povo, a história dos hebreus é fantástica, assim como são fantásticas as histórias dos persas, árabes, europeus, asiáticos, das populações originárias das Américas e da África, da Oceania etc. Dentre os povos mais sofridos e perseguidos, os hebreus se incluem com destaque, isto é verdade, assim como eslavos, ciganos e africanos, vítimas de preconceitos milenares e longos períodos de opressão. E pior, povos foram extintos: Maias, Olmecas, Rapa Nui, Khmer, Harappa, Caetés...
CRITICAR A POLÍTICA AGRESSORA de Israel é um direito, um dever, uma necessidade cada dia mais imperiosa. Condenar duramente o sionismo de extrema-direita é uma atitude humanitária e cidadã que se torna mais valorosa a cada assassinato cometido em nome do poder sionista. O resto do mundo tem direito à autodefesa. Não se trata de uma questão restrita às populações violentadas pelos herdeiros do terrorista Begin, como os semitas (árabes palestinos) e persas (iranianos). Trata-se de questão universal: opor-se ao colonialismo e à ideologia da superioridade racial (não existe um povo “filho unigênito de Deus”). É um ato de covardia, ou de adesão, aceitar que o Estado de Israel destrua todas as sociedades vizinhas – sejam regidas por sistemas democráticos ou autoritários – pelo fato de não prestarem va ssalagem à Telavive e/ou ao sionismo.
TODO APOIO A JUDEUS como Albert Einstein, Hannah Arendt, e mais personalidades judaicas que, em 1948, assinaram e publicaram no New York Times, um manifesto denunciando as atrocidades da extrema-direita sionista: “Hoje os membros do partido [Likud] falam em liberdade, democracia e anti-imperialismo, ao passo que, até pouco tempo atrás, pregavam abertamente uma doutrina de Estado fascista. É em suas ações que o partido terrorista denuncia seu verdadeiro caráter; por meio de seus atos passados é possível julgar o que podemos esperar que ele faça no futuro”. Na época, o Likud era liderado por Menachem Begin, hoje é comandado por Bibi Netanyahu, e a política terrorista é a mesma, como previram Einstein e Arendt. Todo apoio a Norman Finkelstein, judeu filho de sobreviventes dos campos de concentração de Majdanek e de Auschwitz, pesquisador que teve a c oragem de escrever “A Indústria do Holocausto”, descrevendo a apropriação de uma história de opressão para oprimir outros povos ganhando muito dinheiro com isso. Todo apoio a Noam Chomsky, um dos maiores intelectuais contemporâneos, filho de sobreviventes do Nazismo, judeu proibido de entrar em Israel por conta de suas denúncias contra a extrema-direita sionista. Viva aos rabinos e pessoas judaicas de todo o mundo, especialmente em Israel, que se opõem ao terrorismo sionista.
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