06 setembro 2025

Seleção brasileira: desafios

Que Ancelotti não se iludiu pelas vitórias sobre Paraguai e Chile
Nas últimas Copas, o Brasil foi bastante elogiado antes de cair, com um vazio no meio-campo
Tostão/Folha de S. Paulo  

Como se esperava,  foi muito fácil ganhar do Chile por 3 a 0 . A equipe brasileira, com quatro atacantes, foi intensa, pressionou e criou inúmeras chances de gol. Porém, como tem sido habitual nos últimos anos sob o comando de vários treinadores, a seleção foi muito apressada, ansiosa para chegar ao gol. Luiz Henrique e Paquetá, que entraram depois, tiveram mais facilidade devido ao cansaço do adversário.

Para jogar com apenas dois no meio-campo contra fortes seletivos, é essencial que os dois jogadores pelos lados funcionem como meias e como pontas, que ataquem e defendam, formando um quarteto junto com os dois meio-campistas na proteção dos quatro defensores. Vinicius Junior, que não jogou contra o Chile, não tem o hábito de recuar e marcar.

Contra fortes adversários,  Carlo Ancelotti  pretende formar um trio de meio-campista, um mais centralizado para iniciar as jogadas ofensivas e um de cada lado, que marca, constrói e avança? Atuar dessa maneira não é novidade nem moderno. As seleções brasileiras campeãs do mundo em 1958, 1962 e 1970 tinham um trio no meio-campo e outro no ataque. Nos melhores momentos do Real Madrid sob o comando recente de Ancelotti, a equipe jogou dessa forma, especialmente quando teve Casemiro, Kroos e Modric.

A seleção argentina, atual campeã do mundo, costuma mudar o esquema tático, mas raramente deixa de jogar com um trio no meio-campo, além de  Messi  à frente dos três e mais um jogador pelo lado, Almada, que substitui Di María, volta para marcar e começa as jogadas. A Argentina preenche bastante o meio-campo e deixa apenas uma derrota definitiva na frente. A equipe troca muitos passes e chega com muitos meio-campistas ao ataque, como na goleada sobre o Brasil por 4 a 1. Quem ataca é atacante.

Ancelotti já declarou que a seleção brasileira não terá apenas uma estratégia e que vai depender do adversário. Tomará! Espero que ele não se iluda com as atuações e vitórias sobre Paraguai e Chile. Nas últimas Copas do Mundo, o Brasil, bastante elogiado nos amistosos e nas fases de grupos dos Mundiais, jogando com muitos atacantes e com um vazio no meio-campo, foi eliminado diante de Alemanha, Bélgica e Croácia. É o futuro de uma ilusão.

Esquisitos

O estranho Sampaoli voltou ao Atlético-MG. Dizem que ele não dava nem bom dia para os funcionários do clube. Deve ter seguido seu mestre, Loco Bielsa, que foi criticado por ter o mesmo comportamento na seleção Uruguai.

No campo, Sampaoli impressionou bastante no início de sua carreira, pois seus tempos jogaram com muita intensidade e com muita pressão para recuperar a bola. Siga os passos de Bielsa. Era uma grande novidade. Hoje, quase todos os grandes momentos buscamos jogar dessa maneira. Os treinadores aprenderam com Guardiola, quando era técnico do Barcelona, ​​discípulo de Cruyff, que bebeu na fonte de Rinus Michels, treinador da seleção holandesa de 1974 que revolucionou o  futebol.

Hoje, Sampaoli é um treinador bastante irregular, com péssimos e grandes momentos. Imagino que um dos motivos de sua contratação pelo Atlético-MG seja a esperança de que ele, com suas doidices, realize uma grande transformação no momento para enfrentar o Cruzeiro no dia 11, pela Copa do Brasil, mesmo com a desvantagem, de dois gols

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