Que Ancelotti não se iludiu pelas vitórias sobre Paraguai e Chile
Nas últimas Copas, o Brasil foi bastante elogiado antes de cair, com um vazio no meio-campo
Tostão/Folha de S. Paulo
Como se esperava, foi muito fácil ganhar do Chile por 3 a 0 . A equipe brasileira, com quatro atacantes, foi intensa, pressionou e criou inúmeras chances de gol. Porém, como tem sido habitual nos últimos anos sob o comando de vários treinadores, a seleção foi muito apressada, ansiosa para chegar ao gol. Luiz Henrique e Paquetá, que entraram depois, tiveram mais facilidade devido ao cansaço do adversário.
Para jogar com apenas dois no meio-campo contra fortes seletivos, é essencial que os dois jogadores pelos lados funcionem como meias e como pontas, que ataquem e defendam, formando um quarteto junto com os dois meio-campistas na proteção dos quatro defensores. Vinicius Junior, que não jogou contra o Chile, não tem o hábito de recuar e marcar.
Contra fortes adversários, Carlo Ancelotti pretende formar um trio de meio-campista, um mais centralizado para iniciar as jogadas ofensivas e um de cada lado, que marca, constrói e avança? Atuar dessa maneira não é novidade nem moderno. As seleções brasileiras campeãs do mundo em 1958, 1962 e 1970 tinham um trio no meio-campo e outro no ataque. Nos melhores momentos do Real Madrid sob o comando recente de Ancelotti, a equipe jogou dessa forma, especialmente quando teve Casemiro, Kroos e Modric.
A seleção argentina, atual campeã do mundo, costuma mudar o esquema tático, mas raramente deixa de jogar com um trio no meio-campo, além de Messi à frente dos três e mais um jogador pelo lado, Almada, que substitui Di María, volta para marcar e começa as jogadas. A Argentina preenche bastante o meio-campo e deixa apenas uma derrota definitiva na frente. A equipe troca muitos passes e chega com muitos meio-campistas ao ataque, como na goleada sobre o Brasil por 4 a 1. Quem ataca é atacante.
Ancelotti já declarou que a seleção brasileira não terá apenas uma estratégia e que vai depender do adversário. Tomará! Espero que ele não se iluda com as atuações e vitórias sobre Paraguai e Chile. Nas últimas Copas do Mundo, o Brasil, bastante elogiado nos amistosos e nas fases de grupos dos Mundiais, jogando com muitos atacantes e com um vazio no meio-campo, foi eliminado diante de Alemanha, Bélgica e Croácia. É o futuro de uma ilusão.
Esquisitos
O estranho Sampaoli voltou ao Atlético-MG. Dizem que ele não dava nem bom dia para os funcionários do clube. Deve ter seguido seu mestre, Loco Bielsa, que foi criticado por ter o mesmo comportamento na seleção Uruguai.
No campo, Sampaoli impressionou bastante no início de sua carreira, pois seus tempos jogaram com muita intensidade e com muita pressão para recuperar a bola. Siga os passos de Bielsa. Era uma grande novidade. Hoje, quase todos os grandes momentos buscamos jogar dessa maneira. Os treinadores aprenderam com Guardiola, quando era técnico do Barcelona, discípulo de Cruyff, que bebeu na fonte de Rinus Michels, treinador da seleção holandesa de 1974 que revolucionou o futebol.
Hoje, Sampaoli é um treinador bastante irregular, com péssimos e grandes momentos. Imagino que um dos motivos de sua contratação pelo Atlético-MG seja a esperança de que ele, com suas doidices, realize uma grande transformação no momento para enfrentar o Cruzeiro no dia 11, pela Copa do Brasil, mesmo com a desvantagem, de dois gols
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