04 agosto 2006

Tempo de guerra e poesia



Cecília Meireles e Carl von Clausewitz

Em tempo de muita luta e agenda pesada, todo truque vale para assegurar o bom hábito da leitura. Se ao fumante lhe tiram o cigarro, foi-se a tranqüilidade. Para esse amigo de vocês, impedir que leia, diariamente, livros sobretudo, adeus serenidade e equilíbrio!

Tem aí algum leitor desses breves e despretensiosos comentários diários que padeça do mesmo “vício”? Pois aqui vai uma sugestão. Mesclem a leitura – como, por exemplo, fazemos nos dias que correm.

Para ajudar a refletir de maneira sistêmica, “Da Guerra”, de Carl von Clausewitz (obra clássica da ciência militar publicada originariamente entre 1932 e 1837, quando o autor, um general prussiano, faleceu). Clausewitz, que estudou mais de mil batalhas travadas aos moldes da guerra clássica, valorizava muito o elemento consciência do povo no evolver dos conflitos.

Para não perder a leveza jamais, “Poesia completa”, vols. I e II, de Cecília Meireles. Vejam a preciosidade desses versos de “Dança bárbara”:

Na alta noite deslumbradora
Ouve-se a bárbara cadência
- Uma cadência imorredoura...

Ritmos de mágoa em sonolência...
Larga saudade aniquilante
Do além do sonho e da existência...

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