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Quem sustenta Lula?

Faz tão pouco tempo, mas já há quem não se lembre: após mais de 1ano de fogo cruzado, queda de ministros importantes, denúncias amplificadas à enésima potência pela grande mídia, Lula se reelegeu com votação consagradora. Nos mapas eleitorais, uma revelação: que garantiu a parada foi justamente os “de baixo”, ou seja, as camadas mais pobres da população, que não se deixaram envolver pelas artimanhas da oposição e souberam separar o joio do trigo no governo e no próprio partido do presidente, o PT.

O povo votou com sabedoria. E muita consciência.

Os “de baixo” eram e continuam sendo os maiores beneficiários da obra do governo, não apenas através dos programas sociais – Bolsa Família, Luz para Todos, Pro-UNI, etc. -, mas igualmente pela expansão, ainda limitada porém consistente, das oportunidades de emprego. Esses brasileiros menos aquinhoados, que havia rejeitado o projeto neoliberal de Fernando Henrique Cardoso-José Serra, optaram pela continuidade do novo projeto.

As oposições, tanto à “esquerda” como à direita, saíram derrotadas eleitoral, política e ideologicamente. E ainda não se recompuseram, por isso estão atônitas diante dos dados da pesquisa CNT-Sensus, divulgada ontem, que revelam amplo apoio social ao governo e ao presidente Lula, com expressivo saldo de "bom" e "ótimo" entre homens e mulheres, de todas as regiões, faixas de idade e de escolaridade.

Não é sem motivos que o PFL mudou de nome e está em busca de um novo ideário; que o PSDB também procura uma “nova” identidade e que as vozes isoladas na dissidência do PMDB não consigam ir além de farpas desaforadas na crítica que fazem ao governo.

De outra parte, o presidente, sua equipe de governo e a base partidária da coalizão governista devem estar atentos às responsabilidades que o apoio popular lhes confere. Sobretudo quanto a fazer crescer a economia com distribuição de renda e valorização do trabalho.