O PAC e a queixa de cada um
O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) não é uma panacéia. Está focado em infra-estrutura, saneamento e habitação, não abarca todos os problemas da economia nem contém solução para os impasses de setores outros não incluídos no programa. Mas tem o dom de atrair a todos para o debate do desenvolvimento – cada qual com suas queixas e suas propostas.
Ontem, em Brasília, trabalhadores rurais e industriais se pronunciaram. Ambos os setores com argumentos válidos.
“A melhor alternativa para conter a queda do dólar, que prejudica as exportações e favorece as compras do exterior, é reduzir de forma rápida a diferença entre os juros praticados no Brasil e no resto do mundo”, analisa a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A CNI considera que já estão dadas condições macroeconômicas para a redução dos juros. As taxas de inflação atual e futura estão abaixo de 4% ao ano, número abaixo da meta estabelecida pelo Banco Central (BC) para este ano. O BC trabalha com a previsão de 4,5% para 2007 e 2008 como referência da política de juros.
Os industriais buscam um ambiente mais favorável aos investimentos produtivos.
A CONTAG (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), por sua vez, reclama que a reforma agrária está fora do PAC. E encaminhou ao presidente da República uma pauta com 160 itens, incluindo metas de assentamento.
Nos primeiros quatro anos, o governo fixou como meta o assentamento de 400 mil famílias, e cumpriu 381 mil. Não há ainda um plano correspondente a 2007. A CONTAG reivindica o acesso à terra a 250 mil famílias por ano até 2010.
Trabalhadores rurais e empresários da indústria entram fundo no debate do desenvolvimento. Bom para o governo, bom para o Brasil.
2 comentários:
Realmente o PAC mudou a pauta, agora o debate se concentra na questão do crescimento econômico e não apenas em controle inflacioinário, como antes. Esse é um dos pontos diferenciais entre Lula e FHC, só não vê que não quer.
Romualdo - Recife
A CONTAG está coberta de razão, enquanto os industriais estão chorando de barriga cheia, é o que penso.
José Carlos
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