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O processo pré-eleitoral se afunila
Apenas o PSB e o governador Eduardo Campos ainda não demonstraram claramente que rejeitam o nome do secretário municipal de Planejamento Participativo, João da Costa (PT), como candidato dos aliados à sucessão do prefeito João Paulo.
Todas as outras forças já sinalizaram para esse caminho. A última delas foi o PTB/PMN do deputado federal Armando Monteiro Neto, em entrevista publicada no sábado pelo JC.João da Costa ainda está longe de ser excluído do jogo. Mas fica cada cada dia mais claro que João Paulo precisará de muito talento ou coragem para conseguir lançá-lo prefeito.
No PT, as forças ligadas ao secretário Humberto Costa rejeitam o preferido de João Paulo pela simples razão de ser o preferido de João Paulo.Sem unidade no PT, dificilmente se conseguirá unir Eduardo, Armando, João Paulo, Humberto, Luciano Siqueira, Inocêncio e outro no mesmo palanque no Recife, em 2008.
Na entrevista, Armando foi direto:"João é um bom quadro. Já demonstrou que do ponto de vista técnico e administrativo é indiscutivelmente capaz. Agora daí, para ele se colocar como candidato, vai precisar se apresentar como tal. Mostrar que reúne condições que vão além das circunstâncias de ter sido um auxiliar competente".
Mas no movimento seguinte, já acenou com o interesse em garantir a unidade e não simplesmente vetar João da Costa para beneficiar Humberto, sobre quem disse que daria apoio já, caso decidisse disputar o Recife.
Armando Monteiro sinalizou retirando a candidatura de Silvio Costa Filho, que só começou a ser apresentada depois de receber o aval dele.
Algum tempo atrás, Silvio Costa pai e filho conversaram com Armando sobre a candidatura. Monteiro disse: "Vá em frente, esteja pronto no momento que for preciso".Silvinho saiu em campo, vinha se preparando, inclusive com aulas particulares de economia e circuladas freqüentes pela periferia.
Armando, porém, preferiu retirá-lo: "É alguém que está colocado para os próximos pleitos, não é agora".
O que mudou? O que fez Armando desistir de Silvio?
É o processo que se afunila. João Paulo já havia retirado Lygia Falcão, sua fiel escudeira, do caminho. Eduardo nunca investiu em Danilo Cabral.Humberto Costa assumiu publicamente o compromisso de não se candidatar.
Agora, o jogo tende a ser jogado com:
- Maurício Rands, que tem o defeito de ser ligado demais a Humberto;
- Pedro Eugênio, que tem menos peso eleitoral que Rands, mas mantém canais melhores com João Paulo, Humberto e o PSB de Eduardo;
- Luciano Siqueira, que dificilmente teria o apoio do PT por ser de outro partido. É pouquíssimo provável que os petistas dêem a vez ao PCdoB.
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