Sei que os campos não se mancham de estrelas
Sei que os campos de trigo não se mancham de estrelas
e que o mar sacode o grave sorriso da terra.
Também que as loucas sabem o que fazem
e que alguns fantasmas gemem pelos tubos de um velho edifício.
Sei que as ondas e o vento não espalham laranjas
e que a noite não é o sapato de um morto
e que as raízes da árvore são a única verdade
e que o tempo não é uma caixa de música
e que algum dia meu corpo já não falará
porque estarei escondido no nada, no nada.
E que serei mais o silencioso habitante da tarde
e perderei o costume de beber com amigos
e já não tentarei amar a vida porque sei muito bem
que tudo o que nasce deve morrer algum dia.
* Poeta chileno. Tradução: Cristiane Grando
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