Picasso
NaturezaAmor chagado, de púrpura, de desejo
Pontilhado. Volto à seiva de cordas.
Da guitarra, e recheio de sons o teu jazigo.
Volto empoeirada de vestígios, arvoredo de ouro
Do que fomos, gotas de sal na planície do olvido
Para reacender a tua fome.
Amor de sombras de ocasos e de ovelhas.
Volto como quem soma a vida inteira
A todos os outonos. Volto novíssima incoerente
Cógnita
Como quem vê e escuta o cerne da semente
E da altura de dentro já lhe sabe o nome
E reverdeço
No rosa de umas tangerinas
E nos azuis de todos os começos.
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