Audiência pública debaterá agravos ambientais em Suape
. Os agravos ambientais gerados pela atividade industrial em Suape serão tema da audiência pública que a Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, por iniciativa do deputado Luciano Siqueira (PCdoB), promove na próxima segunda-feira (04), a partir das 9h, no auditório do Anexo I da Casa.
. Já estão confirmadas as participações do secretário estadual de Desenvolvimento Econômico e presidente do Complexo Industrial-Portuário de Suape, Geraldo Júlio; do secretário estadual de Meio Ambiente, Sérgio Xavier; e do economista ecológico e professor da UFPE, Clóvis Cavalcanti. A reunião acontece na véspera do Dia Mundial do Meio Ambiente e no mês em que se realiza a Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, no Rio de Janeiro.
. Segundo Luciano, a proposta do encontro é debater e tentar responder em que medida os empreendimentos instalados em Suape se relacionam com o meio ambiente, bem como aprofundar a compreensão do desenvolvimento e os impactos que traz para o meio ambiente. “Queremos saber, se isso se dá de maneira satisfatória ou não, os agravos que tem sido cometido e em que nível se dá e a quem cabe responsabilidade: se somente à iniciativa privada ou também ao poder público”, explica o parlamentar.
Tripé do desenvolvimento - “A nossa preocupação, a preocupação do partido é aprofundar a compreensão da natureza do que ocorre em Pernambuco e no País e, portanto, que risco traz para os direitos do povo, para os trabalhadores, para o meio ambiente, que deformidade que esse desenvolvimento pode estar incorporando. É nosso dever analisar criticamente até porque nós partimos do pressuposto de que esse crescimento econômico está atuando no âmbito do capitalismo e é impossível no desenvolvimento capitalista se contemplar todos os interesses, os interesses dos trabalhadores, da população em geral, do meio ambiente, da redução das desigualdades regionais”, avalia Luciano.
. Para ele, nessa questão em particular deve-se construir a compreensão de que há um tripé com qual o mandato deve trabalhar: o do desenvolvimento que pesa a economia, o aspecto social e o aspecto ambiental.
. “Se você pinça a questão ambiental separada das demais vai ter uma visão deturpada do progresso, cai naturalmente em uma concepção atrasada que interessa as grandes potências, aos que querem impor a Rio +20, contra a posição do governo brasileiro, o conceito de economia verde, economia verde que não é outra coisa senão a expressão de uma corrente de pensamento que defende o desenvolvimento zero para os países não desenvolvidos para não atingir o meio ambiente”, ressalta o parlamentar.
. “Também se nos pegamos só a questão econômica, estamos assumindo a concepção de desenvolvimento capitalista predadora. Se nos pegamos só a questão social, porque cria emprego, nós também caímos numa posição ingênua, porque é impossível melhorar o padrão social da população sem considerar a natureza do crescimento econômico, em que nível ele concentra riqueza, em que nível ele concentra geograficamente as atividades econômicas, qual é natureza do tratamento aos trabalhadores. Por isso, devemos trabalhar com esse tripé”.
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