Luciano Siqueira
Publicado no portal Vermelho
www.vermelho.org.br e no Blog de
Jamildo (Jornal do Commercio Online)
Se fôssemos julgar pelo que se veicula nos noticiários, o
Brasil não teria governo – ou, dito de outra forma, o governo da presidenta
Dilma estaria na lona, sob o efeito de golpes fulminantes dos adversários. Mas
a realidade é outra, como atestam pesquisas de opinião que continuam conferindo
à presidenta e à sua gestão índices de popularidade avantajados.
A discrepância não é de agora. Marcos Coimbra, do Instituto
Vox Populi e colunista da Carta Capital, abordou o assunto mais de uma vez.
Tanto em relação a Lula e seu governo, como agora em relação à Dilma. A grande
mídia, que comanda o sistema de oposição, põe em pauta determinados temas que
supõe possam influenciar a consciência e o comportamento dos brasileiros e os
aborda de maneira distorcida e tendenciosa com o fito de desgastar o governo. Dispara
a artilharia por semanas a fio, ou por meses, e em seguida busca captar os
resultados de sua perfídia através de pesquisas. O desejo explícito é de que os
números confirmem que o governo não é o que é na verdade e que o povo se revele
presa fácil. Mas os números teimam em reforçar a liderança da presidenta e o
apoio de larguíssima maioria.
Agora, a oposição midiática e seus coadjuvantes PSDB, PPS e
Democratas, fazem de contas que erguem a bandeira do equilíbrio do pacto
federativo como se Dilma estivesse empenhada em enfraquecê-lo e urdem toda
sorte de manobra visando atrair forças do bloco governista com o objetivo de dividi-lo.
Exemplo emblemático é a falsa versão, plantada a partir da
redação do “Estadão”, de que Dilma teria reduzido repasses de recursos federais
para Pernambuco em represália às démarches do governador Eduardo Campos tendo
em vista hipotética candidatura à presidência da República. Mas os fatos dizem
o contrário.
Além disso, qualquer frase do governador é transcrita em tintas
carregadas sugerindo que, de um palpite sobre o desempenho do Brasil na Copa
das Confederações ao registro de dados sobre a economia local, tudo gira em
torno de uma dissidência do PSB.
Pode até acontecer a candidatura de Eduardo e a separação do
seu partido dos demais que constituem a atual coalizão governista. Temos
praticamente um ano pela frente até que se inaugure a fase pré-eleitoral
propriamente dita, que haverá de ser permeada por variáveis múltiplas, tais
como o desempenho da economia e o grau de satisfação das parcelas do eleitorado
classificadas por critérios mercadológicos como C, D e E.
Aliás, esses segmentos C, D e E conferiram a Lula a sua
reeleição, em plena exploração do que se convencionou chamar de “mensalão”,
gerando entre analistas de pesquisas eleitorais a “teoria do lago invertido”:
já não são os segmentos A e B os “puxadores” de voto do eleitorado menos
aquinhoado em grau de instrução formal e renda familiar; dá-se o contrário.
Assim, muita água ainda passará por debaixo das pontes do
Brasil até que o verdadeiro cenário da disputa se desenhe. Enquanto isso, o
governo Dilma opera com firmeza no sentido de destravar o crescimento econômico
e na continuidade de políticas inclusivas, reforçando uma espécie de cinturão
de defesa popular diante dos ataques e manobras da oposição midiática e dos partidos
por ela pautados.
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