Luciano Siqueira
Publicado no portal Vermelho
e no Blog de Jamildo (Jornal do Commercio Online)
Nesta quinta-feira ocorre o Dia Nacional de Luta, organizado
pelas entidades gerais mais representativas dos movimentos sociais e partidos
de esquerda, com enraizamento em suas bases locais. Na pauta, a extinção do fator previdenciário, a jornada de 40
horas sem redução salarial, o fim do projeto de lei que amplia a terceirização,
pontos destacados da Pauta Trabalhista, construída em 2010, durante a
Conferência Nacional da Classe Trabalhadora. Inclui também bandeiras dos
movimentos estudantil – sustentadas pela UNE e pela UBES -, como 10% do PIB
para a educação, e dos movimentos em defesa da moradia e de condições de infra-extratora
para uma existência digna, do MST e dos sindicatos de trabalhadores rurais,
centradas na reforma agrária. Estão previstas greves e múltiplas formas de
manifestação pública.
Uma mobilização
justa e oportuna. Seja pelo conteúdo das reivindicações – todas relacionadas
com a consolidação e a ampliação de conquistas sociais e com o desenvolvimento
democrático e soberano do País; seja pela absoluta necessidade de se firmar, na
cena política, essa vertente irrecusável e insubstituível – os trabalhadores, a
juventude e demais camadas populares em movimento.
Afirma-se também,
nesta oportunidade, o elemento consciente organizado como instrumento de um direcionamento
consequente de protestos e pleitos, em contraponto ao puro e simples
espontaneísmo, sem rumo e estéril.
O traço de oportunidade
há que se salientar também porque este pode ser um fator destacado na
construção de uma correlação de forças favorável a mudanças de maior
envergadura, no sentido de destravar o desenvolvimento do País e atender aos
anseios de milhões de brasileiros que jamais deixaram de lutar, aos quais se
somam agora centenas de milhares que despertaram para a luta e ocuparam mais de
cem cidades dias atrás.
Essa mescla de
antigos e novos combatentes, bem direcionada, pressionando duplamente o governo
e o Congresso Nacional, pode alcançar êxito, gerando uma assimetria
favorável no jogo de forças entre os poderes Executivo e Legislativo. E, assim,
romper com o limitado esquema que retém os intentos transformadores do governo
(empenhado em fortalecer e alargar conquistas da última década), nos obstáculos
alevantados nas esferas parlamentar e judiciária.
A base de apoio parlamentar da presidenta Dilma, ainda que
ampla e majoritária, mostra-se cada vez mais contraditória, dispersiva e
predominantemente conservadora. Sem a pressão das ruas, tende a desviar todas
as matérias importantes para o escaninho das penosas negociações. Sob pressão
popular, tende a agilizar a tramitação das proposições que vão ao encontro dos
anseios que explodem nas ruas.
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