Presentes de fim de ano
Luciano Siqueira, no Blog Algomais
Círculo pela internet e vejo uma variedade de comentários e dicas sobre presentes de fim de ano. Ora com o sentido nítido de promover determinada linha ou marca de produtos, ora como exaltação de suposto bom senso. Ou bom gosto.
De cavalo dado não se olha os dentes - escuto isso desde criança. Em tese, todo presente é bom, pois - como ensinava minha mãe - no mínimo, vale a intenção.
Gosto de dar presentes e também de receber. Prazer meio a meio.
Arrisco pouco. Faz parte da minha personalidade - tímido irrecuperável. Presenteio sem arroubos nem inovações. Se a escolha é uma blusa ou um vestido, ou uma camisa masculina ou uma caneta, tons discretos em modelos elegantes, porém simples. Livros e CDs prefiro, mas sempre com a sensação de pisar em terreno movediço: e se o presenteado já tiver adquirido ou ganho antes? Melhor dedicar num cartão à parte - para que o objeto possa ser passado adiante. Eu mesmo já fiz isso com presentes ganhos em duplicata.
Não o fiz num caso excepcional. O grande e inesquecível historiador e geógrafo Manuel Correia de Andrade, meu amigo e eleitor (para minha honra), ofertou-me um exemplar de "A atualidade da reforma agrária no Brasil", com generosa dedicatória. Pois bem. Cerca de um ano após, ao me encontrar na Fundação Joaquim Nabuco, sem lembrar que já me tinha presenteado antes, foi à sua sala e me trouxe novo exemplar do livro. Agradeci, obviamente, já imaginando a quem passar o livro, dentre os amigos interessados no tema. Porém logo percebi a preciosidade: com a mesma letra cuidadosamente grafada, a dedicatória era exatamente a mesma, sem uma palavra a mais nem a menos! Nem preciso dizer que guardo os dois exemplares com enorme carinho.
Mas, seguro mesmo é presentear com bebidas. Uma cachaça de prestígio entre os aficcionados, um bom uísque ou vinho de boa cepa (tinto principalmente) ou mesmo um licor caseiro, são inafaliveis.
Raramente arrisco dar gravatas. Este ano tomei coragem e presenteei com gravatas três integrantes da minha equipe na Prefeitura. Acertei na mosca, com certeza, pois quase mudo de ideia: gostei muito de todas e pensei em ficar com elas...
Aliás, gravatas gosto de receber. Sobretudo quando fazem meu gênero, discretas. Tenho algumas que me fazem lembrar com carinho as pessoas que me presentearam.
Ah, as peças de artesanato são sempre bem-vindas. Canecas, então, faço muito gosto. Este ano ganhei de Tuca uma caneca de Cuba e uma do México e uma pintada pela sobrinha Priscila. Beleza! São ótimos porta-lápis, belos e úteis sobre minhas mesas de trabalho; ou reinam numa das estantes da minha biblioteca, lado a lado com os livros de literatura.
Livros e CDs considero top de linha: passam a fazer parte da vida gente para sempre. Este ano ganhei vários livros, que não os citarei para evitar a injustiça do esquecimento de algum. Também DVDs e CDs. Reúnem sensibilidade, beleza e prazer.
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