Governistas entre ser ou não ser
Luciano Siqueira, no Blog da Folha
Na verdadeira quizumba que é o andamento da crise, dois fatos se acrescentam à tormenta cotidiana de Michel Temer: o parecer do relator deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), na Comissão de Constituição e Justiça, favorável à apreciação pela Câmara da denúncia formulada pela PGE e a aparente indecisão da cúpula tucana, que se reuniu ontem à noite.
O parecer do deputado peemedebista contraria frontalmente a estratégia do grupo palaciano destinada a que a apreciação da matéria pelo plenário se faça em termos menos constrangedores para a maioria supostamente ainda fiel ao presidente ilegítimo.
Se ao proferir seu voto o deputado tiver que argumentar de viva voz contra o parecer da Comissão de Constituição e Justiça, obviamente o desgaste não será pequeno.
Daí Michel Temer e seu grupo trabalharem diuturnamente na substituição de deputados indecisos por deputados aliciados, na CCJ, na tentativa de derrotar o parecer do relator.
Quanto à aparente indefinição do PSDB — a reunião de ontem não chegou a conclusão nenhuma, segundo o noticiário —, não favorece Temer, pois na verdade o que conta é: a) a ausência de apoio explícito ao governo; b) a crescente tendência da maioria dos deputados tucanos a desembarcarem da base aliada.
O fato irrecusável é que o governo se desmoraliza e se enfraquece cotidianamente e ainda se mantém dependurado em um único cabo, que é a tolerância do Mercado, que em última instância determina o comportamento do núcleo mais político da base parlamentar governista.
Entre a queda iminente de Temer e a assunção do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o primeiro na linha sucessória, aumentam as inseguranças do sistema rentista quanto à realização das reformas trabalhista e previdenciária e demais itens da agenda neoliberal regressiva.
Mas a fragilidade do governo é tanta, que até seus apoiadores e arautos cá da província, sempre muito agressivos, quando não arrogantes, baixam a crista e já há quem se apresse em anunciar de público o voto pela admissibilidade da denúncia de corrupção da PGE contra o "seu" presidente.
São lances de uma dramática novela que se arrasta e sacrifica a nação e a maioria dos brasileiros que sobrevive do trabalho. E que, em perspectiva, depende da capacidade das oposições reunirem forças convergentes em torno de uma plataforma comum de soerguimento da nação e de retomada da democracia.
Luciano Siqueira, no Blog da Folha
Na verdadeira quizumba que é o andamento da crise, dois fatos se acrescentam à tormenta cotidiana de Michel Temer: o parecer do relator deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), na Comissão de Constituição e Justiça, favorável à apreciação pela Câmara da denúncia formulada pela PGE e a aparente indecisão da cúpula tucana, que se reuniu ontem à noite.
O parecer do deputado peemedebista contraria frontalmente a estratégia do grupo palaciano destinada a que a apreciação da matéria pelo plenário se faça em termos menos constrangedores para a maioria supostamente ainda fiel ao presidente ilegítimo.
Se ao proferir seu voto o deputado tiver que argumentar de viva voz contra o parecer da Comissão de Constituição e Justiça, obviamente o desgaste não será pequeno.
Daí Michel Temer e seu grupo trabalharem diuturnamente na substituição de deputados indecisos por deputados aliciados, na CCJ, na tentativa de derrotar o parecer do relator.
Quanto à aparente indefinição do PSDB — a reunião de ontem não chegou a conclusão nenhuma, segundo o noticiário —, não favorece Temer, pois na verdade o que conta é: a) a ausência de apoio explícito ao governo; b) a crescente tendência da maioria dos deputados tucanos a desembarcarem da base aliada.
O fato irrecusável é que o governo se desmoraliza e se enfraquece cotidianamente e ainda se mantém dependurado em um único cabo, que é a tolerância do Mercado, que em última instância determina o comportamento do núcleo mais político da base parlamentar governista.
Entre a queda iminente de Temer e a assunção do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o primeiro na linha sucessória, aumentam as inseguranças do sistema rentista quanto à realização das reformas trabalhista e previdenciária e demais itens da agenda neoliberal regressiva.
Mas a fragilidade do governo é tanta, que até seus apoiadores e arautos cá da província, sempre muito agressivos, quando não arrogantes, baixam a crista e já há quem se apresse em anunciar de público o voto pela admissibilidade da denúncia de corrupção da PGE contra o "seu" presidente.
São lances de uma dramática novela que se arrasta e sacrifica a nação e a maioria dos brasileiros que sobrevive do trabalho. E que, em perspectiva, depende da capacidade das oposições reunirem forças convergentes em torno de uma plataforma comum de soerguimento da nação e de retomada da democracia.
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