28 março 2018

Caminho possível


Para Manuela, unidade da esquerda levará à vitória nas urnas

Em entrevista à rádio Sputnik Brasil, a pré-candidata do PCdoB à Presidência da República, deputada estadual Manuela D’Ávila (RS), afirmou que “a esquerda brasileira tem todas as condições de sair vitoriosa do pleito deste ano e conquistar a Presidência da República pela quinta vez”.

Para a pré-candidata, as forças progressistas estão unidas e, por isso, reúnem todas as condições de chegar ao segundo turno. “Com relação à disputa em si, eu acredito que a esquerda brasileira tem plenas chances de chegar ao segundo turno e sair vitoriosa das eleições. Por que? Porque o projeto que é representado por este setor ultraliberal nunca foi vitorioso nas urnas”, enfatiza Manuela, referindo-se às quatro derrotas consecutivas nas urnas do projeto da direita, que somente chegou ao poder por meio do golpe, implantando um projeto que não foi o escolhido pela urnas.

Manuela enfatiza que o governo golpista de Michel Temer não submeteu ao crivo popular a proposta da reforma trabalhista e nem vai conseguir submeter.

“É impossível que o povo faça a opção por esse projeto atrasado e antipopular. Disso surge a possibilidade de nós vencermos a eleição pela quinta vez consecutiva”, salientou Manuela.

A pré-candidata comunista disse ainda que o PCdoB realizou o seu congresso nacional e que o partido debateu as bases para a construção de um Projeto Nacional de Desenvolvimento. “Sobretudo ajustes que se dão no novo momento do ciclo político que se abre com o golpe sofrido pela presidenta Dilma [Rousseff] e pelo Brasil no ano de 2016”, explicou.

A deputada frisou que, diferentemente de outros partidos, o PCdoB não fez esse debate em torno de “nomes e sim, de um programa”.

“Basta dizer que, desde 1945, nosso partido não tinha uma candidatura presidencial. Então, há 20 anos, quando me filiei ao PCdoB, não achava que seria justamente eu essa pessoa que iria romper essa tradição de sete décadas do partido fora do grande pleito nacional. Então, primeiro fizemos um debate programático e depois, a militância do nosso partido decidiu, de forma consensual, em congresso realizado em novembro em Brasília, que o meu nome era o mais adequado a levar em frente esse volume de ideias contido no Projeto Nacional de Desenvolvimento do PCdoB”, contou a pré-candidata.

Aposta na unidade

Manuela lembrou que o partido sempre buscou construir a unidade da esquerda e das forças progressistas “porque a eleição no Brasil se dá pela unidade programática dos partidos e pela viabilidade dos nomes escolhidos”.

E acrescenta: “Nós sempre apostamos em saídas mais unitárias. Nós, este ano, realizamos algo inédito que é a nossa unidade programática a partir das fundações partidárias. Ou seja, estabelecemos um programa comum entre PSOL, PCdoB, PDT e PT. Isso é algo novo”. Manuela se refere ao manifesto lançado pelas fundações do PCdoB, PT, PDT, PSOL, e também com a contribuição da fundação do PSB, intitulado “Unidade para Reconstruir o Brasil”.

“Nós estamos construindo com estes movimentos que estão se aproximando da nossa candidatura. Estamos conversando com movimentos que têm relações com coletivos de mulheres, com estruturas como a Frente Favela Brasil, com intelectuais e agentes da cultura que estão se organizando em torno da nossa candidatura e das ideias que ela representa”, apontou.

Manuela D’Ávila também opinou sobre os candidatos à Presidência da República que tentam se apresentar como opções de centro, mas que têm projetos conservadores e representam a direita, como o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) e o ministro da Fazenda Henrique Meirelles (atualmente no PSD), prestes a deixar o cargo para disputar a eleição, além do próprio presidente Michel Temer (PMDB).

Sobre as pretensões de Temer nas eleições deste ano, Manuela afirma que seria bom que ele concorresse “porque não é muito afeito a eleições”.

“No último pleito que disputou para deputado federal ele não se elegeu, e se tornou presidente da República sem voto porque ele é um golpe programático e realizou um impeachment [de Dilma Rousseff] sem crime de responsabilidade. Então, eu adoraria vê-lo apostar num debate democrático como é o debate eleitoral porque ele tem demonstrado ser alguém sem compromisso com a democracia. Com relação a Alckmin, Meirelles e Bolsonaro, tratam-se de candidatos da base de Temer que representam algo já construído, um projeto ultraliberal de reformas e destruição do Estado brasileiro, esse programa entreguista não vinculado ao desenvolvimento nacional, não comprometido com o povo brasileiro e que torna a economia nacional submetida aos interesses dos bancos”, destacou a pré-candidata comunista.

Do Portal Vermelho, com informações do Sputnik Brasil
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