Há muito jogo a ser jogado
Luciano Siqueira
Há sinais claros de que “a casa pode desmoronar“. Ou seja, a estrutura — se é que podemos falar sim — do governo Bolsonaro pode se esvair bem mais rápido do que se imagina.
Dois dos seus ministros, batizados de “super“, Sérgio Moro da Justiça e Paulo Guedes, da Economia, se vêem metidos em verdadeiro inferno astral.
Paulo Guedes é exatamente o depositário, no governo, dos compromissos fundamentais do presidente com o todo poderoso capital financeiro. Do trabalho de sua equipe depende muito a execução da agenda ultraliberal.
Entretanto, seja pelos embaraços constantes e intermináveis do próprio governo, seja pela própria incompetência política, a partir mesmo da reforma da Previdência, a que deu status de pedra de toque de uma suposta retomada da economia, nada anda a contento. Mais de uma dezena de sucessivas previsões do PIB no curto espaço de pouco mais de cinco meses, aponta para o agravamento da crise econômica.
Desse modo, as forças golpistas que desde que apearam do poder a presidenta Dilma e, sobretudo, na campanha eleitoral passada anunciavam uma pronta recuperação da economia não conseguem entregar o que prometeram.
Na outra ponta, o também qualificado super ministro da Justiça, ex- juiz Sérgio Moro, de paladino do combate à corrupção passa à incômoda condição de acuado diante de revelações comprometedores.
Especialistas na matéria são unânimes ao afirmar que as informações do Intercept não são frutos de hackers, mas de gente que, por razões institucionais, certamente tinha acesso e compartilhava diálogos comprometedores envolvendo Sérgio Moro e o procurador Deltan Dellagnol na operação Lava Jato.
Em outras palavras, trata-se de lances de disputa pelo poder.
É a hipótese mais plausível.
De tal modo que a liberação das informações a conta gotas constrange Sérgio Moro e seus comparsas — e por extensão o governo Bolsonaro — a uma torturante defensiva.
Mesmo o tratamento dado ao assunto por parte da grande mídia, dúbio em relação a Moro, soam como que um aviso de que pode ser abandonado na próxima esquina.
A Rede Globo, que atuou sempre como um dos braços da Lava Jato, a ponto de comparecer aos locais das operações de prisão, busca e apreensão antes mesmo da Polícia Federal, deve ter muito que temer.
Nesse ambiente de tensão e instabilidade as forças democráticas devem identificar as frestas por onde vai se tornando cada vez mais possível explorar incongruências e fragilidades do governo. E atrair boa parte dos descontentes.
Luciano Siqueira
Há sinais claros de que “a casa pode desmoronar“. Ou seja, a estrutura — se é que podemos falar sim — do governo Bolsonaro pode se esvair bem mais rápido do que se imagina.
Dois dos seus ministros, batizados de “super“, Sérgio Moro da Justiça e Paulo Guedes, da Economia, se vêem metidos em verdadeiro inferno astral.
Paulo Guedes é exatamente o depositário, no governo, dos compromissos fundamentais do presidente com o todo poderoso capital financeiro. Do trabalho de sua equipe depende muito a execução da agenda ultraliberal.
Entretanto, seja pelos embaraços constantes e intermináveis do próprio governo, seja pela própria incompetência política, a partir mesmo da reforma da Previdência, a que deu status de pedra de toque de uma suposta retomada da economia, nada anda a contento. Mais de uma dezena de sucessivas previsões do PIB no curto espaço de pouco mais de cinco meses, aponta para o agravamento da crise econômica.
Desse modo, as forças golpistas que desde que apearam do poder a presidenta Dilma e, sobretudo, na campanha eleitoral passada anunciavam uma pronta recuperação da economia não conseguem entregar o que prometeram.
Na outra ponta, o também qualificado super ministro da Justiça, ex- juiz Sérgio Moro, de paladino do combate à corrupção passa à incômoda condição de acuado diante de revelações comprometedores.
Especialistas na matéria são unânimes ao afirmar que as informações do Intercept não são frutos de hackers, mas de gente que, por razões institucionais, certamente tinha acesso e compartilhava diálogos comprometedores envolvendo Sérgio Moro e o procurador Deltan Dellagnol na operação Lava Jato.
Em outras palavras, trata-se de lances de disputa pelo poder.
É a hipótese mais plausível.
De tal modo que a liberação das informações a conta gotas constrange Sérgio Moro e seus comparsas — e por extensão o governo Bolsonaro — a uma torturante defensiva.
Mesmo o tratamento dado ao assunto por parte da grande mídia, dúbio em relação a Moro, soam como que um aviso de que pode ser abandonado na próxima esquina.
A Rede Globo, que atuou sempre como um dos braços da Lava Jato, a ponto de comparecer aos locais das operações de prisão, busca e apreensão antes mesmo da Polícia Federal, deve ter muito que temer.
Nesse ambiente de tensão e instabilidade as forças democráticas devem identificar as frestas por onde vai se tornando cada vez mais possível explorar incongruências e fragilidades do governo. E atrair boa parte dos descontentes.
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Um comentário:
Muito bom! Sérgio Moro e seus comparsas serão abandonados na próxima esquina suja, pois, vira-lata que é, não merece mais que isso.
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