Crise
sanitária, energética e política podem abreviar fim de Bolsonaro
Luís Nassif, Jornal GGN
Principal
índice de antecedente para a inflação, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) de
julho de 2021 registrou alta de 1,94%.
Dos 23 setores acompanhados, houve alta em 17 deles, puxados
pelos 9,34% dos Produtos Químicos Inorgânicos, 6,53% dos Laticínios e 4,91% dos
Eletrodomésticos.
Houve
quedas em 65 setores, de Resinas e Elastômeros (-4,98%), Fabricação e Refino de
Açúcar (-2,33%) e Fabricação de Óleos e Gorduras Vegetais e Animais (-2,22%).
Essas quedas são meros acomodamentos, já que, no acumulado de 12
meses, Resinas e Elastômeros aumentaram, 109,75%, Reino de Açúcar 28,58% e
Fabricação e Gorduras Vegetais e animais 54%.
Some-se a elevação substancial do preço da gasolina – que,
aliás, está fechando as portas para uma das poucas alternativas de emprego, os
aplicativos de automóveis.
Hoje em dia, empresas menores passam pelo seguinte dilema:
Produtores de matérias primas, como algodão, estão segurando a
produção, esperando alguma folga na demanda para repassar as altas.
Além dos problemas no fornecimento de
matérias primas, muitos setores não estão conseguindo repassar as altas de
preços. Agrava, assim, o fenômeno da estagflação.
Nas próximas semanas, haverá um
acúmulo inédito de problemas econômicos.
1.
Interrupção em muitas cadeias
produtivas, a exemplo da indústria automobilística.
2.
Recrudescimento da pandemia, puxada
pelas novas cepas.
3.
Crise energética, que deverá explodir
no final de setembro.
4.
Crise política, que deverá atingir
seu epicentro nos desfiles de 7 de Setembro.
Conforme antecipamos dias atrás,
no Xadrez da
Tempestade Perfeita contra Bolsonaro, Bolsonaro não irá recuar em
suas investidas contra as instituições, por uma razão objetiva: isolado em
todas as frentes, com mais crises se avizinhando, só lhe resta como trunfo os
radicais de suas bolhas de WhatsApp.
Provavelmente não haverá alternativas
às instituições senão dar seguimento aos pedidos de impeachment de Bolsonaro.
Até agora, ele vem se sustentando no mais amplo processo de corrupção da
história, dando o controle total do orçamento aos deputados.
Nas próximas semanas haverá reuniões
frenéticas para negociar o impeachment. É possível, até, que se acene com uma
anistia para Bolsonaro e filhos, visando abreviar a tragédia. Mas dificilmente
qualquer anistia será aceita pela opinião pública.
.
Veja:
Convergência quanto à necessidade de amplo diálogo https://bit.ly/3kbDHqq
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