A beleza e o preconceito
Luciano Siqueira
Aqui num café do shopping Riomar, aguardo o próximo compromisso de agenda e observo o quanto a obesidade é crescentemente visível em adultos, adolescentee e crianças.
O Ministério da Saúde estima que a obesidade atinge 6,7 milhões de pessoas no Brasil. Na modalidade mórbida (índice de massa corporal [IMC] grau III, acima de 40 kg/m²), 863.086 pessoas no ano passado.
Impossível não levar a sério esses números, pois dizem respeito a hábitos alimentares inadequados ou disfunções endócrinas e metabólicas, ou ambos.
A saúde de pessoas obesas além da conta ou com implicações fisiológicas é afetada. E põe à mesa um desafio de política pública.
Obviamente nem todo obeso tem a saúde comprometida.
Por outro lado, há o preconceito que afeta pessoas gordas e obesas que, no cotidiano, se deparam com desafios de toda ordem em ambientes que não estão preparados para acomodá-las. E ainda ouvem comentários jocosos e depreciativos.
É a gordofobia.
São dois fenômenos distintos: um diz respeito a dados epidemiológicos muito concretos, que se relacionam com a saúde coletiva; o outro fala de preconceito, por todas as razões inaceitável.
No Recife, a vereadora Cida Pedrosa tem combatido veementemente a gordofobia, inclusive propondo legislação específica.
É de sua lavra o projeto que institui a data de 10 de setembro, hoje o Dia do Gordo, como Dia Municipal de Luta Contra a Gordofobia. E também proposições destinadas a garantir a acessibilidade de pessoas gordas em escolas e hospitais, por exemplo.
Sem agravos à saúde, pessoas gordas são bonitas. E felizes. O pintor colombiano Fernando Botero bem demonstrou isso com seu instigante e belo traço.
[Ilustração: Fernando Botero]
Um convite à essência da vida https://bit.ly/3Ye45TD
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