
No Conversa Afiada, por Paulo Henrique Amorim:
LULA E O PODER DA PALAVRA – ISSO É UM DEFEITO?
. Uma das freqüentes explicações tucanas para o sucesso do Presidente Lula – de novo confirmado pela pesquisa da Sensus (clique aqui) é sua capacidade de se comunicar com o povo.
. (Isso, quando os tucanos são obrigados a admitir que Lula faça sucesso...)
. Sua capacidade de falar de um jeito acessível; falar com as metáforas apropriadas; na hora certa; sobre os assuntos que mexem com a razão e o sentimento do povo.
. Visto, assim, na superfície, a explicação poderia parecer um elogio.
. Mas, como os tucanos não elogiam de graça, a explicação, na verdade, tem uma camada geológica subjacente que é depreciativa.
. O raciocínio, na verdade, é o seguinte:
. O Lula não sabe nada e o povo não distingue um “a” de um “b”.
. O Lula é “bom de conversa”, sem substância.
. Se fosse possível retirar dele a capacidade de comunicação não sobraria nada.
. O Lula não tem obra, não tem passado, não tem quatro anos de Governo – ele tem é papo.
. E os tucanos – Serra e Alckmin, que levaram a mesma goleada (61% a 39%) – só não ganharam a eleição por causa desse poder sobre-natural de Lula: a capacidade de enrolar os incautos.
. A lógica tucana (muitas vezes implícita, poucas vezes escancarada) menospreza algumas circunstâncias interessantes.
. O emprego da retórica é essencial à democracia.
. Dois exemplos magníficos da política conservadora – Lacerda e Churchill – eram oradores brilhantes.
. (Ainda que Lacerda fosse um golpista incorrigível e Churchill um democrata).
. A retórica, ensinaram os gregos, faz parte da democracia. O que seria de Atenas sem a retórica?
. Os sofistas – que muita gente séria acredita que sejam os verdadeiros responsáveis pela propagação dos princípios da democracia, porque ensinaram ao fraco como vencer o forte, “no papo” – eram remunerados para ensinar a falar.
. Quando a retórica vem associada ao carisma, isso pode levar à desorganização das instituições democráticas, mas nem sempre (interessante que os tucanos gostam muito de Max Weber – aliás, nem na Alemanha se fala tanto em Weber quanto nos arraiais tucanos em São Paulo...).
. Tiranos são carismáticos – e líderes democratas também.
. Carisma não é defeito.
. Defeito é quando o líder político não tem carisma.
. Como FHC, cujo carisma tem um limite geográfico – o bairro de Higienópolis, em São Paulo, ou jantar de banqueiro.
. (Isso, quando os tucanos são obrigados a admitir que Lula faça sucesso...)
. Sua capacidade de falar de um jeito acessível; falar com as metáforas apropriadas; na hora certa; sobre os assuntos que mexem com a razão e o sentimento do povo.
. Visto, assim, na superfície, a explicação poderia parecer um elogio.
. Mas, como os tucanos não elogiam de graça, a explicação, na verdade, tem uma camada geológica subjacente que é depreciativa.
. O raciocínio, na verdade, é o seguinte:
. O Lula não sabe nada e o povo não distingue um “a” de um “b”.
. O Lula é “bom de conversa”, sem substância.
. Se fosse possível retirar dele a capacidade de comunicação não sobraria nada.
. O Lula não tem obra, não tem passado, não tem quatro anos de Governo – ele tem é papo.
. E os tucanos – Serra e Alckmin, que levaram a mesma goleada (61% a 39%) – só não ganharam a eleição por causa desse poder sobre-natural de Lula: a capacidade de enrolar os incautos.
. A lógica tucana (muitas vezes implícita, poucas vezes escancarada) menospreza algumas circunstâncias interessantes.
. O emprego da retórica é essencial à democracia.
. Dois exemplos magníficos da política conservadora – Lacerda e Churchill – eram oradores brilhantes.
. (Ainda que Lacerda fosse um golpista incorrigível e Churchill um democrata).
. A retórica, ensinaram os gregos, faz parte da democracia. O que seria de Atenas sem a retórica?
. Os sofistas – que muita gente séria acredita que sejam os verdadeiros responsáveis pela propagação dos princípios da democracia, porque ensinaram ao fraco como vencer o forte, “no papo” – eram remunerados para ensinar a falar.
. Quando a retórica vem associada ao carisma, isso pode levar à desorganização das instituições democráticas, mas nem sempre (interessante que os tucanos gostam muito de Max Weber – aliás, nem na Alemanha se fala tanto em Weber quanto nos arraiais tucanos em São Paulo...).
. Tiranos são carismáticos – e líderes democratas também.
. Carisma não é defeito.
. Defeito é quando o líder político não tem carisma.
. Como FHC, cujo carisma tem um limite geográfico – o bairro de Higienópolis, em São Paulo, ou jantar de banqueiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário