Ministério: obra inconclusa
Uma obra de engenharia política, como se costuma dizer, a montagem do ministério de coalizão, ainda é objeto de contradições e debates.
Certamente que uma composição tão ampla e heterogênea implica em certa dose de atrito, proporcional ao volume de interesses (em geral legítimos) contrariados.
O noticiário de hoje dá conta de que o PSB reclama da demora da criação da prometida Secretaria de Portos, com status de ministério, onde um dos seus quadros seria acomodado, em compensação pela perda, para o PMDB, do Ministério da Integração Nacional. É o próprio vice-líder do governo, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) que vem manifestando a insatisfação dos socialistas.
Relevando a segundo plano o mérito da criação, ou não, de uma Secretaria ministerial para solucionar a pendência, o que importa a necessidade de um equilíbrio de forças na coalizão partidária que sustenta o governo.
Sob esse aspecto, é inegável que a composição do ministério deixou a desejar.
Faltou clareza na escolha de alguns ministros, como o do Desenvolvimento, Miguel Jorge, cujo currículo à primeira vista não o credencia para o cargo, tais os seus vínculos com o sistema financeiro e o passado recente de ex-presidente da Autolatina (consórcio da Volks e da Ford), responsável pela demissão de milhares de metalúrgicos nos anos 80.
Mas sobrou nitidez ao desenho excessivamente petista-peemedebista do ministério. Um desequilíbrio do qual continua se queixando, com razão, o PSB.
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