24 abril 2007

DESTAQUE DO DIA

A crise de financiamento como questão de fundo

Os governadores têm grande influência sobre deputados e senadores. Ao governo não basta negociar com as bancadas no Congresso, precisa sempre conquistar o apoio dos governadores, mesmo que pontual.

Os governadores, por seu turno, tarimbados políticos, procuram sempre conquistar seus pleitos por essa via. Como agora, quando as medidas relativas ao PAC – a menina dos olhos do governo – juntamente com a proposta de prorrogação da CPMF e da vigência da DRU (Desvinculação de Receitas da União) tramitam no Congresso.

Os governadores contribuem com os votos dos parlamentares a ele ligados. Mas desejam como contrapartida a ampliação dos limites para que os Estados assumam dívidas. Isso interessa indistintamente a grandes e pequenos Estados.

A questão de fundo é a crise de financiamento do Estado brasileiro, que atinge a Federação nos três níveis a União Federal, os Estados e os Municípios. Uma herança dos governos militares, que endividaram o país ao exagero e sob condições desvantajosas, num momento em que havia grande liquidez internacional.

Tudo bem que agora os governos federal e estaduais façam acordos pontuais. Têm que sobreviver. Mas é preciso anotar que a recuperação da capacidade de investimentos públicos está indissociavelmente ligada à mudança da equação macroeconômica.

2 comentários:

Anônimo disse...

Nesses acordos a gente nunca sabe quem ganha, se é o povo mesmo. Eles, os governantes, deviam ser mais transparentes nisso.

Rejane Pinto

Anônimo disse...

Esse é um assunto que a gente está cansado de ouvir, que faltam recursos para investimentos públicos, embora também sediga que há muito desperdício por má administração. Quem sai perdendo é o cidadão que paga impostos e sofre as consequências.

Ari Ribeiro - Caruaru