A primeira pesquisa autorizada pelo TRE (as anteriores, divulgadas nos blogs locais tinham um caráter particular) permite análises sob diversos ângulos, cotejados todos os seus detalhes. Abaixo algumas observações preliminares.
Prematura, porém reveladora - A pesquisa AssociadosData/Diário divulgada neste domingo pelo Diário de Pernambuco vale muito mais pela insinuação de tendências do que pelos percentuais em si, atribuídos a cada pré-candidato. Isto porque ainda é cedo para medir as inclinações do eleitorado por este ou aquele nome, quando apenas as candidaturas oposicionistas parecem definidas e o bloco de forças reunidas em torno do governo João Paulo ainda não se acertou.
Assim, quando o eleitor é chamado a manifestar-se sobre os candidatos Mendonça Filho (DEM), Carlos Eduardo Cadoca (PSC), Raul Henry (PMDB) e mesmo Raul Jungmann (PPS) está diante de postulantes em campanha. O mesmo não ocorre em relação às pré-candidaturas do PT (João da Costa, Pedro Eugênio e Maurício Rands) e a nossa pré-candidatura pelo PCdoB. Em nosso caso, estamos ainda numa fase preliminar, na qual nossa conduta tem sido relativamente discreta.
De toda sorte cabe considerar os números com atenção, pois são reveladores de tendências.
Disputa acirrada – A primeira constatação, óbvia, mas que alguns subestimam, é a de que as candidaturas de oposição são potencialmente fortes. O somatório das quatro constantes na pesquisa – Mendonça Filho, 27%; Carlos Eduardo Cadoca 12%; Raul Henry, 8% e Raul Jungmann 6% - é mais do que o triplo dos governistas juntos – João da Costa e Luciano Siqueira, ambos com 5%, e Silvio Costa Filho com 3%. Eriberto Medeiros (PTC)m com 2% e Clóvis Correia (PSDC), com 1% não têm marca definida, nem de oposicionistas nem de governistas.
É evidente que, uma vez definidas as candidaturas governistas, elas tendem a crescer e a se aproximarem dos elevados índices de aprovação do nosso governo, refletindo a tradição de disputas polarizadas na cidade.
O nome do PCdoB aparece bem – tendo em conta a fase preliminar de construção da pré-candidatura do PCdoB, que procura se situar politicamente bem, recolher apoios aos argumentos que a justificam e atrair simpatias nos séculos políticos e junto aos chamados formadores de opinião (ainda não promoveu iniciativas mais amplas), nosso surge com potencialidade nas quatro simulações feitas.
Na primeira, aparecemos empatados com o secretário João Costa (PT) com 5%. Quando o nome do PT é o deputado Mauricio Rands (que tem 2%), ganhamos um ponto percentual, e ficamos em 6%. O mesmo acontece, isto é, alcançamos 6%, quando a hipótese de candidatura petista é a do deputado Pedro Eugênio (1%) ou o ex-ministro Humberto Costa, que não é pré-candidato, que aparece com 5%.
Na pesquisa espontânea, informa o Diário de Pernambuco, Mendonça Filho aparece com 8% das intenções de votos, contra 3% de Cadoca, 3% de Raul Henry, 2% de João da Costa e 2% de Luciano Siqueira. Raul Jungmann, Eriberto Medeiros, Maurício Rands e Humberto Costa somam 1% das intenções de votos cada um.
Disso se deve inferir que a tese de mais de uma candidatura bloco governista para explorar diferentes potencialidades eleitorais faz sentido. Tem base real. Essa é a opinião externada pelo PMN, pela voz do deputado Sílvio Costa, admitida recentemente pelo PSB em declaração do vereador João Arraes e agora pelo PR, através do deputado Inocêncio Oliveira; e consta da resolução política da Conferência Municipal do PCdoB, realizada há quinze dias.
Cenário se definirá após o Carnaval – Todos os partidos se preparam intensamente para o pleito, porém a abertura de conversações sobre candidaturas e alianças só acontecerá a partir de janeiro. Principalmente no que se refere ao bloco governista, que envolve PT, PCdoB, PSB, PDT, PTB, PR, PMN e outras legendas. E só após o Carnaval é que o cenário estará completo e se saberá exatamente quantos quais candidatos participarão da peleja de ambos os lados.
Aí, sim, as pesquisas poderão aferir com mais clareza as preferências iniciais do eleitorado.
Fotos: pela ordem, Mendonça Filho, Cadoca; Luciano Siqueira, João da Costa.
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