27 maio 2013

Emprego, desemprego

Mercado de trabalho: tendências e detalhes
Luciano Siqueira
Publicado no Blog de Jamildo (Jornal do Commercio Online)


Uma variável importante na análise da economia brasileira hoje, o mercado de trabalho dá sinais de relativa estabilização, conforme a Pesquisa Mensal do Emprego (PME), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de desocupação atingiu 5,8% em abril, pouco acima dos 5,7% registrados em março – menor que os 6% de abril do ano passado e a mais baixa para o mês desde o começo da série histórica do IBGE, iniciada em março de 2002.

Duas hipóteses: a) a relativa estabilidade sugerida por esses números deve permanecer, sem que ocorra novo impulso na expansão das oportunidades de trabalho; b) acompanhando um melhor desempenho da economia este ano – segundo previsões que vão de 2.9 a 3.5% o crescimento estimado do PIB -, a taxa de emprego cresça um pouco mais, mantendo a situação atual, e até a melhorando ainda o índice atual, que tecnicamente se considera pleno emprego.

Os dados do IBGE também indicam que em abril 22,9 milhões de trabalhadores se encontravam empregados, nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE, 0,9% mais que no mesmo mês em 2012. Uma variação anual considerada pequena, tendo-se em conta novembro de 2009, revelando tendência declinante mês a mês: em 2012, o crescimento médio da ocupação foi de 2,2%, na média dos quatro primeiros meses deste ano caiu para 1,6% até chegar aos 0,9% verificados em abril.

Igual panorama se anota quanto à renda, afetada pela recente pressão inflacionária; e à taxa de desemprego, que continua baixando, porém em ritmo mais lento do que antes.

Trata-se, portanto, de tendências – que podem se inverter, ou não, a depender do grau de incremento das atividades econômicas.

O fato é que o problema se coloca num cenário positivo, apesar da desaceleração da economia em 2012. É que no Brasil (e em alguns países da América do Sul), o crescimento econômico vem se dando com inclusão social. Para ser mais preciso: aqui o crescimento tem rimado com expansão do emprego e da renda e significativo impulso na formalização – ou seja, milhões de trabalhadores que ingressam ou retornam ao mercado de trabalho o fazem mediante carteira assinada.

Assim, para além dos indicadores imediatos, há que se examinar o comportamento do mercado de trabalho – alçado, desde Lula, à condição de fator fundamental do crescimento da economia em tempos de pressão externa negativa, decorrente da crise econômica e financeira global – com olhares mais atentos a tendências e detalhes.
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