Luciano Siqueira
Importa mais a versão do que o fato. Assim se firmou a sentença
atribuída a políticos mineiros, hoje em voga no noticiário. Quando a tarefa é
botar gosto ruim em tudo o que acontece aqui – da economia aos preparativos
para grandes eventos esportivos -, a parcialidade emerge com força. Aqui e
alhures.
É o que dá conta artigo publicado na Carta Capital, em
contraponto a afirmações precipitadas e nada consistentes de certos órgãos da
mídia estrangeira sobre indicadores da economia brasileira. O texto da revista
brasileira assinala que no exato instante em que o editorial de importante
publicação financeira europeia afirmava ter diminuído o interesse do capital
estrangeiro em participar do desenvolvimento brasileiro, a realidade concreta
revelava o contrário.
O êxito da 11ª licitação de blocos exploratórios de petróleo
e gás, efetuada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), ensejando ao Tesouro
aporte de 2,8 bilhões de reais em bônus de assinatura relativos aos 142 blocos
licitados em uma área de 100 mil quilômetros quadrados; a operação que captou
11,4 bilhões de reais de investidores, no maior IPO do mercado internacional no
último semestre, correspondente às ações do Banco do Brasil no lançamento
mundial da abertura do capital do BB Seguridade; o lançamento no exterior de
Bônus da República que captou 750 milhões de dólares com vencimento em 2023 e
taxa de risco pela primeira vez abaixo dos 100 pontos-base em relação ao título
de dez anos do Tesouro americano; e a captação pela Petrobras, em tempo recorde
(em um dia apenas), de 11 bilhões de dólares no mercado da dívida
internacional, “a maior realizada por uma empresa de país emergente em qualquer
tempo” – são exemplos anotados na contramão do que se escreveu lá fora.
Aqui não se discute (no espaço deste breve artigo) prós e
contras dessas novas inversões de capital estrangeiro em nossa economia, que
merecem ser examinadas através de crivo rigoroso. Nem todo investimento externo
é saudável.
Mas vale anotar o mal que faz a quem procura entender o que
se passa em nossa economia a difusão distorcida de informações. Não serve a
ninguém, inclusive aos que pretensamente aspiram a derrocada econômica do
Brasil nessa fase pré-eleitoral, que precisam apoiar suas análises em dados
verdadeiros – sob pena de conclusões que os levem a formular estratégias
precárias, destinadas ao fracasso.
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