Luciano Siqueira
Publicado no Blog de Jamildo
(Jornal do Commercio Online)
Qualquer que
seja a intenção de quem se debruce sobre a realidade há que considera-la em sua
inteireza, sem preconceitos nem parcialidades. Caso dos indicadores de
desempenho da economia brasileira neste instante em que há uma profunda
correlação entre índices pesquisados e formação do cenário das eleições gerais
de 2014. Nem os governistas podem achar que tudo vai bem, obrigado; nem os
oposicionistas podem fechar os olhos a dados que contrariem suas expectativas.
A lógica das
oposições – reverberada pela grande mídia – parte do pressuposto de que o
Brasil tem que dá errado; logo, é lícito torcer para que dê errado mesmo. E
como a palavra é livre e papel aceita tudo, faz-se uma verdadeira cruzada contra
todo e qualquer indicador que aponte para o reaquecimento das atividades econômicas.
Não pode acontecer, aos olhos dos oposicionistas – porque reforça as
possibilidades de uma reeleição da presidenta Dilma. E o povo? Bem, aí já é um
detalhe que para quem raciocina assim vale pouco.
É o que
ocorre agora, quando o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br)
alcança o crescimento de 1,05% indica que a atividade econômica está se
expandindo à taxa considerada satisfatória pelo governo. Isto porque, na
avaliação do ministro Guido Mantega, da Fazenda, pode significar um crescimento
do PIB em torno de 4% este ano.
Alguém pode
objetar que o ministro tem o dever institucional de se apresentar sempre
otimista. Nem tanto. Ele tem sim, sobretudo, o dever de expressar com nitidez a
verdade dos fatos – à luz da análise dele e de sua equipe. E nada indica que
Mantega venha adotando uma atitude ligeira e inconsequente em suas opiniões
sobre o tema. Inclusive quando assevera – no que está certo – que o reaquecimento
das atividades econômicas de agora, ainda no terreno das previsões, mas com boa
dose de veracidade, acontece capitaneado pelo investimento, seguido pela
indústria, e não apenas pelo consumo.
E ele faz
essas afirmações tendo o cuidado de acrescentar a ressalva de que ainda é
preciso aguardar os dados oficiais do IBGE, a serem divulgados até o final do
mês.
Vale
valorizar o comentário de Mantega. O IBC-Br cresceu 0,72% em março, na
comparação com fevereiro (indicador ajustado para o período), após a queda de
0,36% registrada em fevereiro em relação a janeiro.
O IBC-Br é
uma ferramenta de análise e previsão do desempenho da atividade econômica
brasileira e considera informações sobre os três setores da economia – a
agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos sobre
produtos, que são estimados a partir da evolução da oferta total
(produção+importações). Foi criado
pelo Banco Central para prospectar a evolução do Produto Interno Bruto
(PIB) e ajudar a autoridade monetária na definição da taxa básica de juros
(Selic).
Ora, se é um bom prenúncio, por que escondê-lo ou negá-lo? A
dificuldade das oposições há que enfrentar sim, de modo irrecusável, o conteúdo
essencial das políticas públicas vigentes e apresentar alternativas, se as
tiver.
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