Enem: minhas impressões
Pedro Caldas Ramos
Quando
terminei de marcar o gabarito do segundo dia me senti cansado, aliviado e bem.
Dentre os diversos motivos estava feliz com a prova, que apesar de cansativa e
de gigantesco peso psicológico, para mim e para todos os candidatos, fiz
tranquilamente, saindo com uma folga.
Moro no centro
do Recife e por sorte fiz a prova em um grande colégio tradicional a vinte
minutos de caminhada da minha casa. Depois da prova em si, o local onde você a
realizará é, certamente, o maior medo dos candidatos. Primeiro pela
possibilidade de ser muito distante de onde moram, segundo pela condição da
sala que pode ir de uma com ar condicionado e boas cadeiras até nem ter
ventiladores suficientes.
No primeiro
dia a ansiedade era respirável, alguns corriam para as salas, apesar de ainda
faltar meia hora para o fechamento dos portões, outros recebiam as instruções
dos pais: "Tenha calma, tranquilidade, que vai dar tudo certo" ou
"Passe as que não conseguir". Todos levavam comida, alguns em sacos
grandes onde tinha de tudo, outros mais simples levavam apenas o necessário.
Quanto à
prova, comprovei coisas que eu achava como o fato de que a prova cansa,
principalmente pelo peso dos textos, grandes e importantes em absolutamente
todas as 180 questões, realizadas nos dois dias. Mas acabei com certos
preconceitos construídos por professores e amigos que já haviam realizado as
provas. A prova preza sim por conteúdo, claro que diferentemente dos antigos
vestibulares onde o aluno que decorava se saia bem; no Enem o candidato precisa
saber aplicar os conhecimentos adquiridos, interpretando textos e quebrando a
cabeça para achar a resposta correta.
Muitos
comentaram sobre o tema da redação, "A persistência na violência contra
mulher", e sobre questões ditas "de esquerda", como a que trouxe
fragmentos de Marx ou outra que trouxe Simone de Beauvoir, tanto positivamente
como negativamente. Sobre isso diria que são conhecimentos adquiridos e
debatidos (ou que deveriam ser) no ensino médio, então, podem ser cobrados no
exame causando debates importantes na sociedade. Diria ainda que não são
doutrinadores, pois outros pontos foram abordados, como a defesa da monarquia
absolutista por Maquiavel, por exemplo.
Achei no geral
uma prova bem planejada tanto na estrutura, como na parte acadêmica. Para o
próximo ano guardarei dicas que apliquei esse ano e que funcionaram: visitar o
local de prova e chegar com antecedência, levar comida e água que satisfaçam as
manhãs necessidades, e por último, fazer a prova com calma questão por questão.
Não sei qual
será o meu resultado, que só sairá em janeiro, mas sei que ao menos cumpri com
o meu dever de estudante que deve se testar. Essas provas me mostraram usos
para diversos assuntos e o valor do conhecimento. Agradeço aos que me colocaram
dentro daquela sala por um fim de semana.
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