Cenário conturbado
Eduardo Bomfim, no portal Vermelho
Já se
disse que nos tempos recentes não estamos presenciando exatamente um choque de
civilizações, mais parece um choque de ignorâncias, com a velocidade das novas
tecnologias somos expostos a todo tipo de informação sempre oriunda das mesmas
fontes.
Assim
é impossível ignorar o papel da grande mídia global na difusão dos fatos,
interpretações, na promoção de fenômenos artificiais, a maneira como difunde
“consensos” que são na maioria dos casos, evidentes projetos hegemônicos a
serviço do capital financeiro internacional.
Sem
dúvida, estamos presenciando uma época em que o Mercado rentista atingiu um
poderoso espectro de domínio ideológico, financeiro, político, militar, em
instância planetária, apesar do crescente protagonismo das nações emergentes
que se colocam como alternativa real à geopolítica unipolar dominante há
algumas décadas.
De tal
maneira que esse novo campo multilateral da geopolítica mundial encontra-se
permanentemente sob a contradição de força ascendente e ao mesmo tempo vive sob
fogo cerrado de ataques do bloco dominante que por sua vez afunda-se cada vez
mais em problemas gravíssimos, insolúveis.
Que
vão da crise financeira crônica, os tormentos sociais do mundo do trabalho nos
vários continentes, guerras de rapina, flagelos agudos como o dos milhões de
refugiados rumo à Europa, terrorismo, desemprego massivo e acima de tudo a
ausência de qualquer perspectiva aos povos.
É
nesse cenário, muito resumidamente, que as lutas sociais, pela soberania das
nações, se digladiam contra o permanente discurso autoritário, quando não
neofascista, de uma pós-modernidade artificial, que nada mais tem a oferecer à
humanidade, até porque jamais tiveram o que apresentar de alvissareiro às
sociedades.
Trata-se
de um terreno movediço, onde a luta de ideias adquire importância decisiva. E
exatamente por isso o discurso hegemônico procura descaracterizá-la,
criminalizá-la, quebrar a força cativante que as grandes causas adquirem quando
atingem os corações e as mentes das sociedades.
Particularmente
quando assimiladas como força motriz de um projeto nacional soberano,
democrático, de desenvolvimento estratégico para nações fundamentais como o
Brasil onde a luta política impõe-se como decisiva. Essa é a grande questão,
inadiável, desses tempos conturbados.
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