Mudam-se rótulos, mas não o produto
Luciano Siqueira, no Blog de Jamildo/portal ne10
Óbvio que todo partido político é livre para se posicionar como bem entender, inclusive mudando o nome, a sigla, a cor e o símbolo (se tiver).
Mas é no mínimo esquisita a onda (que alguns críticos chamam de camaleônica), que já envolve quase uma dezena de legendas, abertamente justificada (sic) com o intuito de enfrentar o desgaste da forma partido.
Se não muda o conteúdo, alterar apenas o rótulo fica parecendo engodo; tentativa de iludir o eleitor.
Karl Marx dizia que se a aparência fosse igual à essência não haveria necessidade da ciência. Ou seja, sempre se faz necessário ir mais a fundo no exame de uma coisa ou fenômeno para revelar sua verdadeira substância.
No caso desses partidos que se enfileram na mudança de aparência, no Brasil de agora, nem precisa tanto rigor científico.
Alguns acoplam a mudança de nome a uma pretendida candidatura de outsider à presidência da República. Duplo engodo.
No fundo, pretendem — fazendo de contas de que deixaram de ser partidos políticos e se transformaram numa outra coisa, ainda anódina e inominada, ostentando uma espécie de nome fantasia (como se faz com produtos comerciais) — reforçar a campanha de negação da política que grassa no Brasil e mundo afora, na esteira da crise sistêmica (e de perspectiva) que eclodiu em 2008 e não apresenta solução à vista.
O capital monopolista financeiro, que dita as regras, não oferece saída dentro de parâmetros que respeitem o valor do trabalho, os direitos fundamentais das pessoas nem a inserção social produtiva. Cumpre, então, negar a possibilidade de pactos mediados pela política.
E como algumas aventuras deram certo, pelo menos em termos imediatos, como a eleição do atual presidente da França, Emmanuel Macron, aqui crescem os olhos de alguns que, carentes de substrato político e ideológico, se rendem aos artifícios midiáticos e, inclusive, no mundo do espetáculo tentam inventar uma candidatura dos seus sonhos. Criam novos rótulos, mas não o conteúdo.
Resta saber se esse tipo de manobra terá aderência na maioria do eleitorado brasileiro — carente de propostas consistentes e compreensíveis, que lhe renovem a esperança.
Luciano Siqueira, no Blog de Jamildo/portal ne10
Óbvio que todo partido político é livre para se posicionar como bem entender, inclusive mudando o nome, a sigla, a cor e o símbolo (se tiver).
Mas é no mínimo esquisita a onda (que alguns críticos chamam de camaleônica), que já envolve quase uma dezena de legendas, abertamente justificada (sic) com o intuito de enfrentar o desgaste da forma partido.
Se não muda o conteúdo, alterar apenas o rótulo fica parecendo engodo; tentativa de iludir o eleitor.
Karl Marx dizia que se a aparência fosse igual à essência não haveria necessidade da ciência. Ou seja, sempre se faz necessário ir mais a fundo no exame de uma coisa ou fenômeno para revelar sua verdadeira substância.
No caso desses partidos que se enfileram na mudança de aparência, no Brasil de agora, nem precisa tanto rigor científico.
Alguns acoplam a mudança de nome a uma pretendida candidatura de outsider à presidência da República. Duplo engodo.
No fundo, pretendem — fazendo de contas de que deixaram de ser partidos políticos e se transformaram numa outra coisa, ainda anódina e inominada, ostentando uma espécie de nome fantasia (como se faz com produtos comerciais) — reforçar a campanha de negação da política que grassa no Brasil e mundo afora, na esteira da crise sistêmica (e de perspectiva) que eclodiu em 2008 e não apresenta solução à vista.
O capital monopolista financeiro, que dita as regras, não oferece saída dentro de parâmetros que respeitem o valor do trabalho, os direitos fundamentais das pessoas nem a inserção social produtiva. Cumpre, então, negar a possibilidade de pactos mediados pela política.
E como algumas aventuras deram certo, pelo menos em termos imediatos, como a eleição do atual presidente da França, Emmanuel Macron, aqui crescem os olhos de alguns que, carentes de substrato político e ideológico, se rendem aos artifícios midiáticos e, inclusive, no mundo do espetáculo tentam inventar uma candidatura dos seus sonhos. Criam novos rótulos, mas não o conteúdo.
Resta saber se esse tipo de manobra terá aderência na maioria do eleitorado brasileiro — carente de propostas consistentes e compreensíveis, que lhe renovem a esperança.
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