Faroeste
revelado por Janot mira o Brasil
Editorial do
portal Vermelho www.vermelho.org.br
Não há nada mais explícito, até agora, sobre a degradação do
sistema de poder que nasceu com a marcha golpista e se consolidou nas eleições
de 2018 do que o trepidante livro de Rodrigo Janot. Intitulado Nada menos que tudo, a obra, divulgada em pedaços, revela as vísceras do espectro
do poder paralelo no âmbito do Poder Judiciário que se formou tendo como
epicentro a Operação Lava Jato.
Afora os rompantes típicos de um fora-da-lei do Velho Oeste do ex-Procurador-Geral da República, o livro revela uma promiscuidade sistêmica nesse espectro, que perpassa da força-tarefa chefiada pelo procurador Deltan Dallagnol a setores das instâncias superiores da Justiça. Entram na balbúrdia também lideranças políticas das entranhas golpistas e cúmplices da mídia.
Claro, há evidências de que nos relatos do aspirante a John Wayne não faltam fanfarronadas. Noves fora as patetices conhecidas do ex-PGR, as reações ao que foi divulgado permitem dimensionar a natureza ideológica dos grupos que se formaram para assaltar o Estado e forjar as condições para a chegada da extrema direita ao poder. Trata-se da ideologia do ódio de classe, da intolerância política e da segregação social.
Ao expor as entranhas dessa trupe, o livro de Janot também oferece a oportunidade para se entender melhor os métodos dos que transformaram a Constituição em trapo para perseguir seus objetivos políticos e econômicos. Politicamente, essa prática de pistolagem conseguiu derrubar a ex-presidenta Dilma Rousseff com o impeachment golpista, prender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aniquilar as empresas de infraestrutura, expressão da excelência da engenharia nacional. Economicamente, os golpistas estão atirando em alvos como a Previdência Social, a legislação trabalhista e o Erário público.
Tudo é grave, mas o pior é que a maldade tem como meta a prática de garrotear os investimentos nas áreas de interesse da população para manter os gastos financeiros no teto, a razão dos atropelos ao Estado Democrático de Direito. O espectro da Operação Lava Jato, com suas práticas arbitrárias, resultou na condução de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes aos postos de presidente e ministro da Economia — um para dirigir o processo todo e outro para aplicar o programa ultraliberal e neocolonial.
A ofensiva da vez é a que Paulo Guedes e o vice-presidente Hamilton Mourão têm chamado de “orçamento carimbado”. O ministro disse que o governo pretende “descarimbar” as verbas orçamentárias e o general anunciou a proposta de “desvinculação do orçamento da União, que tem grande parte carimbado por despesas obrigatórias”.
Trocando em miúdos, eles trabalham para que as verbas asseguradas pela Constituição para os investimentos sociais e em infraestrutura fiquem sem controle institucional para que o orçamento tenha apenas um carimbo: o do sistema financeiro. Esse é o fecho do ciclo da prática de pistolagem que o livro de Janot revela.
Além da sua narração sobre a intenção de alvejar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e depois se suicidar, o ex-PGR trouxe à tona a velha prática de setores das classes dominantes de se impor à bala e com golpes. O ideal republicano, que concentra os saltos civilizatórios da história brasileira e os princípios surgidos com os iluministas, sintetizados na Constituição, nunca fez parte da sua ideologia.
Não há possibilidade de regeneração da institucionalidade democrática e social com essa orientação política e, consequentemente, econômica. Com ela, a situação caminhará de mal a pior. O país se defronta, a cada dia, com fatos que apontam para o imperativo da busca de um caminho que conduza ao fortalecimento de uma oposição com forças suficientes para resgatá-lo das mãos desse agrupamento degenerado que tomou o poder.
Afora os rompantes típicos de um fora-da-lei do Velho Oeste do ex-Procurador-Geral da República, o livro revela uma promiscuidade sistêmica nesse espectro, que perpassa da força-tarefa chefiada pelo procurador Deltan Dallagnol a setores das instâncias superiores da Justiça. Entram na balbúrdia também lideranças políticas das entranhas golpistas e cúmplices da mídia.
Claro, há evidências de que nos relatos do aspirante a John Wayne não faltam fanfarronadas. Noves fora as patetices conhecidas do ex-PGR, as reações ao que foi divulgado permitem dimensionar a natureza ideológica dos grupos que se formaram para assaltar o Estado e forjar as condições para a chegada da extrema direita ao poder. Trata-se da ideologia do ódio de classe, da intolerância política e da segregação social.
Ao expor as entranhas dessa trupe, o livro de Janot também oferece a oportunidade para se entender melhor os métodos dos que transformaram a Constituição em trapo para perseguir seus objetivos políticos e econômicos. Politicamente, essa prática de pistolagem conseguiu derrubar a ex-presidenta Dilma Rousseff com o impeachment golpista, prender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aniquilar as empresas de infraestrutura, expressão da excelência da engenharia nacional. Economicamente, os golpistas estão atirando em alvos como a Previdência Social, a legislação trabalhista e o Erário público.
Tudo é grave, mas o pior é que a maldade tem como meta a prática de garrotear os investimentos nas áreas de interesse da população para manter os gastos financeiros no teto, a razão dos atropelos ao Estado Democrático de Direito. O espectro da Operação Lava Jato, com suas práticas arbitrárias, resultou na condução de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes aos postos de presidente e ministro da Economia — um para dirigir o processo todo e outro para aplicar o programa ultraliberal e neocolonial.
A ofensiva da vez é a que Paulo Guedes e o vice-presidente Hamilton Mourão têm chamado de “orçamento carimbado”. O ministro disse que o governo pretende “descarimbar” as verbas orçamentárias e o general anunciou a proposta de “desvinculação do orçamento da União, que tem grande parte carimbado por despesas obrigatórias”.
Trocando em miúdos, eles trabalham para que as verbas asseguradas pela Constituição para os investimentos sociais e em infraestrutura fiquem sem controle institucional para que o orçamento tenha apenas um carimbo: o do sistema financeiro. Esse é o fecho do ciclo da prática de pistolagem que o livro de Janot revela.
Além da sua narração sobre a intenção de alvejar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e depois se suicidar, o ex-PGR trouxe à tona a velha prática de setores das classes dominantes de se impor à bala e com golpes. O ideal republicano, que concentra os saltos civilizatórios da história brasileira e os princípios surgidos com os iluministas, sintetizados na Constituição, nunca fez parte da sua ideologia.
Não há possibilidade de regeneração da institucionalidade democrática e social com essa orientação política e, consequentemente, econômica. Com ela, a situação caminhará de mal a pior. O país se defronta, a cada dia, com fatos que apontam para o imperativo da busca de um caminho que conduza ao fortalecimento de uma oposição com forças suficientes para resgatá-lo das mãos desse agrupamento degenerado que tomou o poder.
[Ilustração: LS]
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