A eleição nas duas
Casas
Luciano Siqueira
Aqui e em qualquer
parte do mundo, mesmo onde o sistema não é parlamentarista, como no Brasil, a
eleição para as mesas diretoras da Câmara e do Senado comporta entendimentos e
acordos.
Até mesmo nos EUA,
onde apenas dois partidos – o Democrata e o Republicano – são representados.
Ambos comportam facções que se movimentam por moto próprio.
Óbvio.
Sobretudo em nosso
país tropical abençoado por Deus, em que ainda há considerável fragmentação na
representação parlamentar. No Senado são 15 legendas, na Câmara, 19 (incluindo
as federações) na legislatura que começa agora.
Todo governo precisa
de maioria parlamentar. Que será mais sólida ou mesmo frágil, conforme as
circunstâncias. Do contrário, intenções essenciais que necessariamente envolvem
respaldo legislativo poderão se frustrar.
Ao poder executivo
propriamente não cabe interferir na eleição das mesas diretoras das duas Casas.
Interfere indiretamente, apoiado nas legendas que marcharam juntas para eleger
o presidente da República.
No caso de Lula, as
que compõem a ampla frente democrática vitoriosa.
A Federação Brasil da
Esperança (PT-PCdoB-PV) faz tempo já antecipou o apoio à reeleição dos atuais
presidentes Arthur Lira, da Câmara e Rodrigo Pacheco do Senado.
O restante da
composição das duas mesas está em negociação, assim como a presidência de
comissões consideradas estratégias, como a de Constituição e Justiça.
Natural também que as
forças que se colocam em oposição ao governo resistam e encarem a disputa, no
mínimo para marcar posição.
Movimento semelhante
acontece na esfera estadual, no âmbito das Assembleias Legislativas.
A cobertura midiática
faz de conta que tudo isso é novidade e carrega muita tinta em relação a
acordos entre partidos como se isso em si envolvesse algum dolo.
Vale acompanhar
atentamente, pois trata-se de um importante dado na correlação de forças na
cena política.
Vale a pena saber e entender https://bit.ly/3Ye45TD
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