Fluminense e a hora dura do esporte
Derrota era esperada, mas não esconde a tristeza do time e dos torcedores
Tostão/Folha de S. Paulo
A goleada por 4 a 0 do Manchester City sobre o Fluminense é um retrato da grande superioridade do melhor time europeu sobre as grandes equipes sul-americanas. Se o City atuasse com De Bruyne e Haaland, dois dos melhores jogadores do mundo, a vantagem seria ainda maior.
Apesar da goleada, o Fluminense está de parabéns pela temporada e pelo título da Libertadores. O Fluminense é o representante na América do Sul do jogo prazeroso, da alegria de ter a bola, da aproximação dos jogadores para trocar passes até o gol. Esta filosofia começou com o Barcelona dirigido por Cruyff, depois com Guardiola e se espalhou progressivamente pelo mundo. O City, com Guardiola é o que executa isso melhor.
Uma diferença importante do time inglês para o Fluminense e todas as equipes brasileiras e sul-americanas é marcar e avançar em bloco sem deixar muitos espaços entre os setores.
A derrota do Fluminense era esperada, mas não esconde a tristeza do time e dos torcedores. "...a hora dura do esporte, sem a qual não há prêmio que conforte, pois perder é tocar alguma coisa mais além da vitória, é encontrar-se naquele ponto onde começa tudo a nascer do perdido, lentamente" (Carlos Drummond de Andrade).
ENCONTROS E REENCONTROS
Os clubes brasileiros deveriam aproveitar o cargo vago de presidente da CBF para criar e administrar a tão desejada liga dos clubes com a parceria dos investidores.
Esta é a época das chegadas e saídas de jogadores. O filósofo do futebol, Neném Prancha, já dizia no século passado que contratação boa é a que dá certo.
Sorte ao Palmeiras que, acertadamente e diferentemente dos outros grandes clubes brasileiros não contrata veteranos caríssimos e prefere investir nas categorias de base, onde tem formado excelentes jogadores, que melhoram a qualidade do time e ainda dão grandes lucros ao clube quando são negociados. Mesmo assim, quando o Palmeiras não é campeão, torcedores apedrejam a diretoria.
Sorte ao Corinthians que tem um novo presidente, falador, que promete uma grande equipe. Não sei com que dinheiro. O Corinthians, que teve um time muito fraco neste ano, perdeu seus três melhores jogadores, o jovem Moscardo, cuja transferência para o PSG é quase certa, e os dois veteranos, Gil e Renato Augusto.
Sorte ao Flamengo, que vai pagar uma fortuna para o ótimo jogador uruguaio De La Cruz, além de outras contratações. Arrascaeta é reserva de De La Cruz na seleção do Uruguai. Como Tite gosta de pontas rápidos que atacam e defendem, não haverá lugar para De La Cruz, Arrascaeta e Gerson juntos, além de Gabigol e Everton Ribeiro, que estão na reserva.
Sorte ao Atlético-MG, que deve gastar também um dinheirão com a contratação de Scarpa, como se ele fosse um De Bruyne, um Modric. Será um bom reforço, pago pela milionária SAF do Galo.
Sorte ao Cruzeiro e ao jovem treinador argentino Nicolás Larcamón. Ele nunca dirigiu um time argentino. Estava no León do México, eliminado no Mundial de Clubes pelos japoneses. É uma aposta da SAF do Cruzeiro que não gasta o que não pode. Quem sabe dá certo.
Sorte para o Santos na Série B. Grandes craques da década de 60, companheiros de Pelé, que continuam presentes na Vila Belmiro, querem ver de volta o time na primeira divisão.
Sorte para os clubes brasileiros e para a seleção, que precisa voltar a vencer e brilhar, reencontrar com seu antigo estilo, bonito e eficiente, associado ao futebol moderno. Todo encontro é um reencontro com o que vivemos e ou imaginamos.
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