27 dezembro 2023

Minha opinião

Onde Júnior é Aprígio
Luciano Siqueira

O terminal "filho" ou "júnior" compõe o nome de milhões de nascidos nesta Terra de Santa Cruz.


Pais que repetem no herdeiro seu próprio nome — um gesto de muitos significados.


Quem sabe a reprodução, em ambiente popular, da tradição monárquica que nos permite identificar como Fulano I, Fulano II e assim por diante determinada dinastia.


No breve império colonial brasileiro tivemos João VI, Pedro I e Pedro II.


O brasileiro dos dias que correm não tá nem aí, mais ou menos adaptado à nossa instável República.


Mas batizar o filho com o seu próprio nome não deixa de ser uma tentativa de perpetuar a origem patriarcal da prole, embora com expectativas bem modestas.


Aqui na Ilha de Itamaracá, conheci um cidadão registrado Júnior Pereira da Silva.


Se o prenome é Júnior, faltou o nome do pai — por erro no cartório ou, quem sabe, excessiva modéstia do genitor.


De tal modo que esse "júnior" me informa, com certa dose de emoção, ser filho de um  cidadão muito respeitado, o senhor Aprígio, já falecido. 


E numa prole de 7 irmãos, orgulha-se de ser o único a carregar o nome do pai, embora embutido, Júnior que é.

Jabuti não sobe em árvore https://bit.ly/3Ye45TD

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