28 junho 2024

Minha opinião/golpismo no mundo

Na Bolívia e em outros países 
Luciano Siqueira 

Pareceu uma quartelada sem maiores consequências, mas na verdade a tentativa de golpe militar na Bolívia — detida pelo presidente Luis Arce — reflete uma "doença" que se espalha não apenas pelo subcontinente sul-americano, mas igualmente por outras partes do mundo. 

A África por exemplo, onde em 3 anos ocorreram sete golpes de Estado.

Não que necessariamente assuma a modalidade clássica, com o envolvimento explícito e determinante das Forças Armadas. 

O impeachment da presidenta Dilma, entre nós, consumou-se como um golpe parlamentar. 

Na essência, a interrupção de governos de natureza progressista. 

Tudo a ver com a onda de ultradireita que se espalha mundo afora, na esteira da crise sistêmica do capitalismo. 

Onde a produção, a renda e a riqueza se fazem cada vez mais concentradas nas mãos de poucos e, em contrapartida, ocorre a exclusão de milhões de seres humanos apeados do processo produtivo, o sistema nada tem a oferecer. 

E justamente por não oferecer nada e tão somente excluir, carece de condições de diálogo. E a democracia, mesmo na forma liberal burguesa, torna-se empecilho. 

Daí ameaça latente de golpes de Estado em países envoltos em crise social e sem que forças democráticas governantes tenham reunido condições suficientes para assegurar a estabilidade política. 

É o que ocorre na Bolívia. 

E quase aconteceu no Brasil no fatídico 8 de janeiro.

O antídoto à ameaça antidemocrática há de ser sempre a ocorrência de governos suficientemente respaldados por forças políticas influentes e realizadores de programas que satisfaçam as necessidades de parcelas expressivas da população e gerem coesão em torno de objetivos nacionais.


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