22 junho 2024

Palavra de poeta: Maurílio Rodrigues

A FOGUEIRA DO TEMPO

Maurilio Rodrigues*

 
 
 
O que já fui,
É um instante ínfimo,
Que já passou.
O que sou, é o agora,
Não tem data,nem hora.
É o relato de um tempo,
Predestinado a morrer.
 
Não consigo guardar
O que agora sou.
É uma lei implacável.
O que fui , já morri.
A fogueira do tempo ,
Sempre espera por nós.
 
Bato no meu peito,
E libero meus gritos,
Eles fazem eco no passado,
Mas, não trazem diferenças,
Para o momento que vivo.

[Ilustração: Paula Modersohn Becker]

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