19 agosto 2025

Federações partidárias

Federação partidária é engenharia política exitosa, diz líder do PCdoB
“A federação é uma engenharia construída aqui no Brasil e que tem dado muito certo, porque a cada momento que se passa mais partidos analisam a possibilidade”, afirma Renildo Calheiros (PE)
Iram Alfaia/Vermelho   

Constituídas em 2022, as federações partidárias vão completar quatro anos de existência nas eleições de 2026. Para o líder do PCdoB na Câmara Federal, deputado Renildo Calheiros (PE), que coordenou a aprovação da lei, trata-se de “obra de engenharia política brasileira muito exitosa”.

“Na verdade, o que ela faz é permitir a união de partidos que conseguem ter um programa comum. Então são partidos ideológicos e politicamente próximos que irão conviver por um longo período. Não é uma aliança para disputar uma eleição”, observa o líder.

Três federações partidárias já disputaram eleições no País: a Federação Brasil da Esperança (FE Brasil, composta por PT, PCdoB e PV); a Federação PSDB-Cidadania e a Federação PSOL-Rede. De acordo com Renildo, nessa composição, os partidos convivem harmonicamente em todas as casas legislativas e nas disputas eleitorais.

“A federação é uma engenharia construída aqui no Brasil e que tem dado muito certo, porque a cada momento que se passa mais partidos analisam a possibilidade de federação”, diz. “Temos uma federação com três ou quatro partidos que estão agora se juntando em torno do PRD. Temos uma federação do PSDB com Cidadania. Agora surgiu uma federação do União Brasil com o PP. O MDB e outros partidos estão discutindo federação, pois ainda há tempo hábil para a próxima eleição”, enumera.

Na sexta-feira (15), PSB e Cidadania anunciaram que vão se federar a partir de 2026. O arranjo impacta o sistema partidário no País, marcado pela grande quantidade de legendas legalizadas. Na visão do líder do PCdoB , esse é o caminho genuinamente brasileiro, já que restavam poucas alternativas diante do fim das coligações e da imposição da cláusula de barreira. “Esses partidos se juntarem primeiro em federação e depois com a convivência, numa união que evolui para frente no futuro.”

STF

Renildo também analisou a mais recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que, por maioria de votos, revalidou as federações partidárias. A Corte decidiu que o prazo para o registro das federações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deverá ser de seis meses antes das eleições, mesmo prazo aplicável aos partidos políticos.

“O Supremo julgou uma ação direta de inconstitucionalidade apresentada pelo PTB e negou o pedido. Reafirmou as federações e, inclusive, regulamentou um espaço que havia na lei. Isso porque a federação não tem prazo para encerrar, é permanente”, diz.

Com a decisão, um partido pode deixar a federação a qualquer momento. Mas, se sair antes de quatro anos, ou seja, antes do período para o qual se formou para disputar a eleição, vai sofrer punições.

“Ele perde o direito ao tempo de rádio, de televisão e ao fundo partidário. Por isso que se usa o termo em que a federação dura quatro anos. Não, ela não tem prazo, você pode sair a qualquer momento, qualquer partido pode sair. Agora, se você sair antes do período para o qual se formou, que no caso são quatro anos, porque os mandatos são de quatro anos no Brasil, você sofre uma série de penalidades. O que o Supremo fez foi regulamentar esse prazo”, frisa.

Renildo afirma que o Supremo fez uma modulagem. “Se você vai entrar numa próxima, então pode sair um pouquinho antes sem sofrer penalidades. É essa decisão que o Supremo tomou, a qual reforça as federações partidárias”, finaliza.

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