Aos exercícios, tudo?
Luciano
Siqueira
instagram.com/lucianosiqueira65
Diariamente, em todas as mídias se exaltam os exercícios físicos como indispensáveis à sobrevivência humana — principalmente no conturbado tempo presente.
Deixo pra lá, como que evitando o ônus da cobrança, basicamente sedentário que sou.
Inteiramente de acordo que exercícios físicos fazem bem. Apenas rejeito
o tom impositivo: "ou você se
movimenta, já; ou inevitavelmente caminha para o fim!"
Na verdade, bem sabemos que não é assim que a coisa funciona. Convivi e
ainda convivo com homens e mulheres que viveram e vivem muito, e bem, a
despeito de não se dedicarem a atividades físicas regulares.
Poderiam ter vivido mais um pouco, provavelmente. Depende de como utilizaram o tempo disponível.
De que adianta exercitar o corpo continuamente, com disciplina religiosa,
e jamais ter lido Machado de Assis, Pablo Neruda ou Cecília Meireles?
Tudo bem, não vou insistir. Rendo-me conscientemente aos argumentos de
quem considera tão indispensável quase que como o ar que se respira e o amor
que se cultua frequentar academias ou participar de grupos de corrida que
ocupam nossas ruas a partir das 5 da manhã.
Estão certos. O terror e a coerção é que não cabem.
Minha cota de sacrifício, melhor dizendo de exercícios, se concentra em
caminhadas — na rua aqui do bairro, no parque próximo ou na praia, quando
possível e, de uns tempos para cá, por puro comodismo, no mezanino do prédio
onde resido.
Contribuo com essa modesta cota em favor do bem estar geral. Afinal,
vivi bem até agora e assim pretendo ir até o fim.
Apenas peço desculpas por não ter lido a matéria sobre "redundância
fisiológica", na Folha de S. Paulo de hoje, em que a manchete assegura que para quem se exercita disciplinadamente "todos os caminhos levam a Roma".
Prefiro permanecer onde estou, vivendo intensamente e do modo que me faz
feliz.
[Ilustração: João Câmara]
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