No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
O Novo Protocolo
Realizou-se este ano, em Londres, paralelo ao encontro do G-20, um outro evento também de excepcional importância, porém muito mais discreto e sem o alarde da grande mídia internacional. Ele teve como um dos objetivos primordiais arrecadar entre 10 a 20 bilhões de dólares anuais para a preservação das florestas tropicais nativas.
Essa reunião teve como padrinho o príncipe Charles, herdeiro do trono britânico. Estão em jogo muitos bilhões, sabendo-se que nada se faz graciosamente no cenário das grandes potências do primeiro mundo, na era da globalização financeirizada e em plena crise econômica recessiva.
A justificativa para a reunião é a alegada contenção do chamado aquecimento global. De onde seria possível concluir que finalmente construiu-se uma agenda fraterna e ecumênica, com o objetivo de salvar o planeta das emissões descontroladas dos gases carbônicos.
Isso se não atentássemos para as sérias questões estratégicas e geopolíticas em curso, após a reunião que ensejou o protocolo de Kyoto que redundou em espetacular fracasso porque entre outras coisas, os EUA, a nação mais poluidora da terra, negou-se a referendá-lo.
Com o naufrágio de Kyoto, que acarretaria fabulosos gastos financeiros para os países do considerado primeiro mundo, surgiu então, com a magnânima direção do herdeiro da coroa inglesa, a chamada “Iniciativa Amazônica”. O que implica na criação de um fundo internacional para a preservação e conservação de uma floresta amazônica a mais intacta possível, sob a guarda e vigilância dos povos indígenas.
Como proteção a essa iniciativa para lá de bilionária, seria criada uma legislação internacional, acordada por todos os signatários, cuja instância decisória ainda não foi estabelecida, mas que naturalmente não seria em território nacional.
Seria assim como declarou o príncipe Charles, “senhoras e senhores, as florestas tropicais precisam ser vistas tal como elas são, gigantescas utilidades globais, provedoras de serviço público para a humanidade em vasta escala”. Um sentimento comovedor, como o das guerras genocidas, insufladas pelos de sempre, em países da África, só como exemplo.
Querem abstrair, paulatinamente, o papel soberano do Estado brasileiro e de outros países sul-americanos. E uma Amazônia sem possibilidades de um desenvolvimento ecológico equilibrado, fatiada em nações indígenas com verdadeiro status de fórum internacional de apelação, absolutamente internacionalizada.
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