No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
Novos argumentos, velhas ambições por Eduardo Bomfim
. A luta em defesa da Amazônia não é algo restrito aos moradores da região ou de especialistas, trata-se de um dever de consciência que extrapola, inclusive, a posições ideológicas ou sociais. É algo que diz respeito à luta pela soberania política e a integridade territorial do Brasil.
Também não pode ser compreendida como uma empreitada exclusiva do Estado brasileiro, porque a ela necessitam incorporarem-se todas as nações sul-americanas que integram os espaços amazônicos, ameaçados por muitas formas em suas idênticas soberanias.
. O desejo por parte das grandes potências mundiais de se apoderarem dessa região é antigo e adquiriu as mais diversas justificativas, dado o enorme potencial de riquezas de todas as espécies que a compõem. Os intentos, bélicos ou não, tem sido variados.Em 1817, Mathew Fontain, chefe dos Serviços Hidrográficos da Marinha norte-americana declarava: “o mundo amazônico é o paraíso das matérias primas, aguardando a chegada de raças fortes e decididas para ser conquistado econômica e cientificamente”.
. Em período histórico mais recente, em 1902, o presidente Theodore Roosevelt incentivava o Bolivian Syndicate of New York a ocupar o Acre, aproveitando-se de um contencioso territorial entre o nosso país e a Bolívia. O objetivo, além de abocanhar um pedaço da região, era o intenso processo internacional da industrialização da borracha na época.
. O mundo girou bastante e já não é mais possível usar simplesmente o porrete. Com o avanço da civilização, a revolução midiática, é preciso mesclar a força com os punhos de renda e muita luta de idéias, usar causas nobres, conquistar a opinião pública, para fazer valer os objetivos imperiais.
. Na década de 70, travou-se uma grande batalha política, no período autoritário, contra os projetos do Hudson Institute e seu estrategista, Herman Khan, cujo objetivo era ocupar a Amazônia. Na época os jornais Movimento e Opinião, jogaram papel decisivo na opinião pública nacional.
. Hoje é intensa a campanha, milhões de dólares ou euros são gastos com temas corretos, proteção da floresta amazônica, emissão de CO2, defesa dos povos indígenas etc. Mas no centro dessa ofensiva, governos nada humanitários ou ambientalistas, ao contrário, invasores e predadores, e certas ONGS a eles ligadas, utilizam-se de novos e válidos argumentos para as velhas ambições, através de parte da mídia oligopolizada do país.
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