Luciano Siqueira
Publicado no Blog da Folha
Dias atrás, surpreendi-me com a notícia antecipada carca de determinado evento político, em que se esperava a minha presença, via blogs noticiosos – e logo replicada no Twitter e no Facebook. Ou seja, antes dos jornais e mesmo do rádio e da TV, pela internet se sabe de tudo – para o bem ou para o mal.
Divulga-se agora uma pesquisa feita pela empresa eMarketer, segundo a qual 87,6% dos internautas brasileiros participam de algum tipo de site de relacionamento. O que põe o Brasil no pódio mundial, seguido bem de perto pela Indonésia, que registrou o número 87,5%.
Dizem analistas do fenômeno que tamanha adesão dos brasileiros às redes sociais corresponde a um traço cultural próprio, a elevada sociabilidade. As pessoas usam a grande rede para se comunicarem, conhecer mais gente e, naturalmente, saber das coisas.
Da minha parte, nenhuma resistência a isso. Ao contrário, frequento pessoalmente o Twitter e o Facebook, mantenho um blog pessoal (improvisado por mim mesmo) www.lucianosiqueira.blosgpot.com, além do site do meu mandato de deputado www.lucianosiqueira.com.br, a um só tempo noticioso, instrumento de prestação de contas em tempo real e canal de comunicação com a população. Todos com elevada frequência de internautas e ótimo retorno em termos de opinião crítica e de contribuição ao que chamo de construção coletiva das ideias.
Prática semelhante muitos outros que, como eu, exercem função pública também vêm desenvolvendo. E certamente contabilizam semelhantes resultados, creio.
Daí decorre que o debate de ideias, tão necessário quanto subestimado no atual período pré-eleitoral, há que fluir através desse meio. Com a vantagem de evitar que informação chegue ao internauta distorcida, na medida em que os próprios interessados – militantes, partidos, ativistas de movimentos sociais ou grupos de interesse – cuidem da tarefa.
E na campanha que se iniciará em julho, provavelmente mais do que as anteriores, quando ainda se engatinhava no bom uso da mídia digital, a internet venha a ter um peso bem maior. Na difusão das ideias, na mobilização das pessoas.
De outra parte, como que em efeito bumerangue, os detentores de postos eletivos e os que pretendem alcança-los, assim como as organizações que representam, vêm-se compelidas a aprimorar a arte da comunicação. Pela internet, uma palavra mal posta, um fato incompreendido, se espalham com instantânea rapidez – e consertar nem sempre é fácil.
Sendo assim, por que não incluir no debate pré-eleitoral questões substantivas, para além das especulações táticas e de conjecturas em torno de nomes?
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