Francisco Cunha, na revista Algomais
É lugar-comum o entendimento de
que a internet é o espaço da ampla democracia, onde todo mundo pode se
manifestar livremente, praticamente para todo o planeta. Pura verdade. A
blogosfera e as redes sociais são um avanço inacreditável, em especial para alguém como eu que é
do tempo em que não existia nem televisão por aqui... Todavia, o lado dark dessa força monumental é o uso do
espaço para manifestações anônimas e, como tais, covardemente protegidas da
contestação, condição essencial para o debate democrático.
Esse é o caso no Recife do blog
“Prefeito Lucena” que, usando o disfarce do humor, se esconde atrás do biombo
do anonimato para investir contra o “urbanismo” e os “urbanistas” da província.
Não tenho nada contra o humor nem sou a favor dos urbanistas, apesar de ser
diplomado neste ofício pela UFPE. Muito pelo contrário, até.
Todavia, tenho tudo contra a
covardia do anonimato, sobretudo quando usado como pretexto para agredir de
forma grosseira e difamar pessoas e instituições escolhidas a dedo. Mais ainda,
tenho absolutamente tudo contra a covardia de usar o pretexto do humor de má
qualidade e do anonimato para tentar ridicularizar ideias expostas a favor da vital reinvenção da
cidade do Recife como foi feito em relação a mim, à TGI e à Algomais (instituições sérias que tive a
honra de ajudar a criar e tenho a honra maior ainda de integrar) e a outras
pessoas e instituições que têm insistido em expor e debater ideias novas neste dramático
momento pelo qual passa a cidade.
Minhas ideias bem, como aquelas
que tenho a honra de relatar ou comentar, indicando a autoria, como as do
projeto O Recife que Precisamos, alvos da tentativa de ridicularização, as
exponho abertamente e com assinatura aqui nesta Última Página, bem como são
alvo de reportagem na Algomais. Além disso, tenho perfis
públicos no Twitter e no Facebook, abertos e assinados. Quem não
concorda comigo ou com as ideias que exponho pode e deve discordar
publicamente, seja nos perfis, seja na Algomais que,
praticando o que preconiza sua Missão, sempre publicou todas as opiniões contrárias recebidas,
desde que assinadas, evidentemente.
Há que se distinguir muito
claramente o que é humor assinado, ainda que escrachado (tipo Casseta &
Planeta, Porta do Fundos, o nosso Pa-pafigo ou o pai de todos que foi o
Pasquim), da tentativa de ridicularizar pessoas, organizações e ideias seletiva
e anonimamente, por motivos inconfessáveis como são todos os que estão por trás
de cartas, telefonemas, e-mails ou
blogs anônimos. O Recife precisa, mais do que nunca em sua história, do debate
franco e aberto sobre o futuro. Se não fizermos assim, vamos perder a nossa
cidade (tenho certeza absoluta disso). Precisamos, agora, sobretudo, da
democracia do debate aberto e não da ditadura do anonimato covarde.
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