A décima Conferência Nacional e a militância nossa de cada dia
Luciano Siqueira, no portal Vermelho
Navegando em mar revolto, marcado por incertezas, uma miríade
ideológica contamina a vida militante.
Multiplicam-se pressões e apelos de toda ordem para confundir e
desestimular.
Alguns se deixam abater facilmente, mergulhados em mil dúvidas e
respostas precárias e indecisas.
O militante do PCdoB, diferentemente, conta com orientação clara e
segura. O que nos possibilita estar a postos - conscientes, aguerridos – mesmo
com o vento soprando contra.
Não somos daqueles que põem a cabeça de fora para sair bem na foto
e se escondem quando nosso campo de forças enfrenta dificuldades.
Na quadra iniciada com a assunção de Lula à presidência da
República, em 2003, quando realizamos nossa 9a. Conferência Nacional, em junho
daquele ano, o Partido considera a complexa, conflituosa e tumultuada travessia
da ordem neoliberal herdada de FHC e comparsas a um novo desenho do
desenvolvimento do País – de sentido soberano, democrático e socialmente
inclusivo.
Traçamos um rumo confirmado pela vida, referendado e aprofundado
nos três Congressos que transcorreram no período; e cá estamos, às vésperas da
10ª Conferência, dando conta das mudanças da situação e da renovação da
construção partidária.
Isto porque examinamos a realidade concreta no mundo e no Brasil à
luz da teoria marxista-leninista e do manancial teórico e político que temos
acumulado a partir de nossas vivências particulares, sobretudo do início dos
anos sessenta em diante, nas condições específicas da sociedade brasileira.
Agora, encarando uma correlação de forças adversa e o ingente
desafio de costurar uma ampla frente de resistência pela democracia e pela
continuidade das mudanças em curso desde 2003, do ponto de vista dos
trabalhadores, também afirmamos o "lugar próprio" do PCdoB no espectro
partidário - em sintonia com o nosso caráter de classe, nossa índole
revolucionária, nossa linha programática e tática e de construção partidária.
Demais, num lance ousado e consequente, nesta 10ª Conferência,
realizamos a sucessão na presidência do Partido, significando isto a confiança
do coletivo militante em uma geração mais jovem de quadros testados na luta
teórica e prática.
A passagem do bastão de Renato Rabelo para Luciana Santos exibe a
face visível do PCdoB proletário, revolucionário, de massas, contemporâneo e
moderno.
Um partido cuja alma e disposição de luta o colocam em condições
de arrostar os imensos desafios do momento presente.
Em meus quarenta e oito anos de militância, nunca me senti tão
renovado quanto agora. Pela sua matriz teórico-ideológica e política, de
sua larga experiência de lutas e de sua capacidade de se manter sempre atual, o
PCdoB nos faz a todos sempre jovens e prontos para o combate.
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