Em defesa
da Frente Ampla e das eleições em 2018
Thiago Modenesi
No processo de impeachment do então presidente da
República, Fernando Collor, surgiu uma marca: conseguir juntar os mais amplos e
variados setores da sociedade na certeza de que era necessário solapá-lo do
poder. Essa marca pôde ser vista nas manifestações, no respaldo popular e
também nas elites e governantes estaduais. Se não chegou a ter um consenso
nacional, teve, ao menos, uma larga maioria no país. Como comprovar isso? No
pós-impeachment.
O vice Itamar Franco conseguiu
liderar uma ampla frente, construindo um governo plural, unindo do PFL a setores
do PT. Houve a paralisação de agendas polêmicas e não existia ambiente para
polarização radicalizada ou pautas que não fossem gerais e convergentes. Ali o
país respirou e apontou para o futuro. Foi nesse momento que se deram as bases
para a vitória de Fernando Henrique Cardoso, que se apoderou do Plano Real, de
Itamar e Ciro Gomes. Também ali se pacificou a trilha democrática, abrindo
caminho para Luís Ignácio Lula da Silva chegar ao Planalto.
Há pouco mais de um ano vivenciamos outro processo de impeachment. Foi oposto ao anterior: sem consenso nacional, com estabelecimento de polarização sobre os mais diversos temas e pautas, e com estímulo para o despertar de setores incomodados com o avanço civilizacional e do Estado de Direito no país.
O choque com o avanço de mudanças implementadas pelo governo Temer, que na essência não melhoraram a vida do povo e nem entregaram o prometido na queda de Dilma, tirou a população das ruas, estabelecendo uma sensação de letargia e um aprofundamento das contradições entre as classes sociais brasileiras, conseguindo rapidamente retornar à pobreza setores que caminhavam para a ascensão social e econômica. O país está mais dividido.
O novo governo prejudicou até os partidos que apoiaram o impeachment. A máquina federal trabalha diuturnamente para desmontar e /ou controlar DEM, PSDB e PSB. O PSDB passou um bom tempo imerso num conflito interno gerado pela sua participação no governo e na discordância de setores do partido com a radicalidade no desmonte proposto por Temer. O PSB sofreu revés também. Perdeu parte de sua bancada que migra para engordar as fileiras do PMDB de Temer. O impeachment serviu para fortalecer partidos que estavam eleitoralmente em franco descenso (PPS e DEM) e que passam a topar qualquer movimento para seguir se fortalecendo.
O imperativo vai parecendo ser a defesa da composição de uma frente ampla, que possa garantir o chamado Estado de Direito, a defesa do conquistado do pós-ditadura e na Carta Constitucional de 1988.
Isso pode se dar eleitoralmente, com várias candidaturas ao centro e a esquerda, ocupando o espaço desse debate e convergindo para a garantia dos setores progressistas no segundo turno, algo cada vez menos possível se for através da tática de concentração em uma única candidatura deste campo.
A tendência dessas eleições aponta para as múltiplas candidaturas em todos os campos, refletindo a pulverização e pluralidade que marca a sociedade nesse momento atual. O melhor resultado é o que garante a construção objetiva de uma maioria com apoio das urnas que garanta governabilidade, programa amplo e pluralidade na sustentação do novo ou da nova presidente.
Há pouco mais de um ano vivenciamos outro processo de impeachment. Foi oposto ao anterior: sem consenso nacional, com estabelecimento de polarização sobre os mais diversos temas e pautas, e com estímulo para o despertar de setores incomodados com o avanço civilizacional e do Estado de Direito no país.
O choque com o avanço de mudanças implementadas pelo governo Temer, que na essência não melhoraram a vida do povo e nem entregaram o prometido na queda de Dilma, tirou a população das ruas, estabelecendo uma sensação de letargia e um aprofundamento das contradições entre as classes sociais brasileiras, conseguindo rapidamente retornar à pobreza setores que caminhavam para a ascensão social e econômica. O país está mais dividido.
O novo governo prejudicou até os partidos que apoiaram o impeachment. A máquina federal trabalha diuturnamente para desmontar e /ou controlar DEM, PSDB e PSB. O PSDB passou um bom tempo imerso num conflito interno gerado pela sua participação no governo e na discordância de setores do partido com a radicalidade no desmonte proposto por Temer. O PSB sofreu revés também. Perdeu parte de sua bancada que migra para engordar as fileiras do PMDB de Temer. O impeachment serviu para fortalecer partidos que estavam eleitoralmente em franco descenso (PPS e DEM) e que passam a topar qualquer movimento para seguir se fortalecendo.
O imperativo vai parecendo ser a defesa da composição de uma frente ampla, que possa garantir o chamado Estado de Direito, a defesa do conquistado do pós-ditadura e na Carta Constitucional de 1988.
Isso pode se dar eleitoralmente, com várias candidaturas ao centro e a esquerda, ocupando o espaço desse debate e convergindo para a garantia dos setores progressistas no segundo turno, algo cada vez menos possível se for através da tática de concentração em uma única candidatura deste campo.
A tendência dessas eleições aponta para as múltiplas candidaturas em todos os campos, refletindo a pulverização e pluralidade que marca a sociedade nesse momento atual. O melhor resultado é o que garante a construção objetiva de uma maioria com apoio das urnas que garanta governabilidade, programa amplo e pluralidade na sustentação do novo ou da nova presidente.
(*) Prof. Dr. Thiago Modenesi é professor titular do
Mestrado Profissional em Inovação da UNIFG e 'Laureate e professor colaborador
do Mestrado Profissional em Gestão Pública da UFPE. É também presidente do
Comitê Municipal do PCdoB em Jaboatão dos Guararapes.
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