A instabilidade geral e o pleito de
outubro
Luciano Siqueira, no Blog da Folha
Certamente, algumas décadas adiante, analistas e historiadores examinarão as duas primeiras décadas deste século 21 como sombrias e atribuladas.
Luciano Siqueira, no Blog da Folha
Certamente, algumas décadas adiante, analistas e historiadores examinarão as duas primeiras décadas deste século 21 como sombrias e atribuladas.
A
instabilidade hoje é geral: econômica, financeira, social, política,
institucional, militar, cultural.
Quem
sabe analisem esses tempos terríveis a partir de um instante novo da sociedade
humana, em que transformações sociais e políticas de envergadura, consumadas ou
em curso, abram perspectivas mais civilizadas e socialmente justas.
O
fato é que, nos dias que correm, nada está seguro e tudo pode se dissolver no
ar a qualquer instante.
Isto
se reflete sobre a vida das nações e dos indivíduos. E impacta seriamente a
cena política nacional e local. Impõe uma espécie de reinvenção das coisas e do
jeito de sobreviver.
Entretanto,
tanto quanto segmentos sociais, grupos e indivíduos nem sempre se dão conta da
dimensão dessa realidade global adversa, atores políticos persistem em velhas
alternativas e práticas, agora que, no Brasil, nos aproximamos de mais um
pleito, em que estarão em destaque, sobretudo, a presidência da República e a
nova composição do Congresso Nacional.
Na
província, as coisas acontecem como se nada de novo estivesse acontecendo. Até
mesmo as mudanças parciais na legislação eleitoral são praticamente ignoradas.
É
de se perguntar: será possível a algum partido ou líder ou agrupamento político
se apresentar ao eleitorado com grau razoável de seriedade elidindo a real
situação do país?
Isto
porque a despeito da inflação baixa, da redução relativa dos juros e ligeiro
sinal positivo de superação da recessão, o Brasil está a anos luz de distância
da retomada do crescimento econômico.
Carece de investimentos públicos em
infraestrutura, variável decisiva para o desenvolvimento sustentável, para além
dos chamados "voos de galinha".
Mas
acontece que Temer e o grupo que comanda o governo central, cumprindo a agenda
com a qual se compromete perante o Mercado, desmonta elementos fundamentais
para que a verdadeira retomada do crescimento venha a ocorrer. Há um
esfacelamento diário, através de leis, decretos normativos e portarias, do
Estado nacional. O que se faz com a Petrobras, negociando ativos estratégicos
os a preço de banana, e o que se pretende igualmente fazer com o parque
energético brasileiro, são exemplos deploráveis disso.
Assim,
o debate eleitoral local, para ser sério, há que reconhecer os laços
indissociáveis entre a situação em Pernambuco e o que se passa no país. Fora
disso, ocupam o primeiro lugar no pódio a demagogia e os artifícios midiáticos.
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