Estranho acidente doméstico
Luciano Siqueira
Há sempre um tempinho para a percepção
de ocorrências tão insignificantes quanto curiosas, apesar da agenda intensa e
do trabalho duro.
Pois bem. Frequentemente ouço amigos
dizerem que danificaram ou perderam seus celulares porque caíram na privada.
Como assim?
Na privada, ora.
De onde são retirados banhados daquele
líquido que embora de aparência límpida não deixa de conter certa dose de
excrementos. De urina, pelo menos.
Há aparelhos celulares que, nessas
condições, são milagrosamente recuperados e voltam ao uso dos seus
proprietários.
Outros se tornam imprestáveis.
Mas, por que tamanha incidência de
acidentes desse tipo?
A explicação óbvia e certamente
realista é dada pelo amigo Epaminondas, que sabedor do fenômeno de pronto o esclarece:
— Com certeza tem a ver com o hábito
matinal de se satisfazer as primeiras necessidades fisiológicas portando o
celular. Ao menor descuido, pimba!, o aparelhinho eletrônico cai justamente
onde não deve.
Razoável hipótese. Satisfatória.
Isto posto, sigamos a vida sem maiores
preocupações com a perda parcial ou total de telefones celulares por descuido
dos que os usam em momento tão inapropriado de sua rotina doméstica.
Aos olhos de certos cientistas, que
pesquisam sobre tudo e inundam publicações e prateleiras de descobertas
absolutamente inúteis, entretanto, aí pode estar uma oportunidade de estudo. E
de negócio.
Afinal, o capitalismo tudo transforma
em mercadoria e a concorrência é a alma do sistema.
Se uma investigação com aparência
científica demonstrar que o sistema andróide é menos dado a esse tipo de
ocorrência do que o iPhone, eis um diferencial importante na disputa do público
comprador.
Será? Não duvidemos. Debaixo desse céu
azul que nos protege, tudo pode acontecer — tanto quanto o mergulho
inapropriado do precioso aparelho celular na privada da casa da gente.
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