DESENCONTRO ENTRE PALAVRAS E GESTOS
Luciano Siqueira
Desde criança escutamos dizer: — Em boca fechada não entra mosquito.
Diz-se de quem fala em demasia e sem critério.
O ato de dizer algo é precioso, desde que a Humanidade engatinhou na criação da linguagem.
Futuros ministros do novo governo abusam de falar e desdizer, na medida em que desagradam grupo de pressão ou próprio presidente eleito.
Claro que o que se questiona no futuro governo da República é mais do que o gesto e palavras desconectadas da realidade e mesmo das intenções do novo governante.
O que se questiona é, na essência, o rumo que pretende imprimir ao País, em diversas dimensões — seja na observância dos preceitos constitucionais, no trato da soberania nacional, no manejo de reformas que retiram direitos e precarização relações de trabalho, seja também no que se refere à condução da economia.
O ultraliberalismo em toda a sua radicalidade, próprio da extrema direita mundo afora, parece ganhar aqui status de ideologia ou mesmo religião, pétrea na observância dos seus dogmas.
Entretanto, vale observar o bate cabeças quase diário entre integrantes do futuro novo ministério e o próprio presidente eleito.
O escolhido para a Saúde, afirma e repete que deseja estabelecer reavaliações periódicas dos médicos envolvidos com a rede pública, apesar dos desmentidos do capitão Bolsonaro.
Outro antecipa o fim do ministério do Trabalho, para em seguida o chefe desdizer — não se sabe por discordância ou por recuo.
Depois de escolhido futuro chanceler, um diplomata de segundo escalão de ideias primárias e preconceituosas, não é ele mas um dos filhos do presidente que viaja aos EUA para afinar os ponteiros com o governo Trump no combate aos governos e às forças progressistas no subcontinente sul-americano
E assim por diante.
Que governo teremos?
Provavelmente mais do que um governo direitista, submisso aos desígnios dos EUA, contrário aos interesses e aos direitos dos que vivem do próprio trabalho. Também um poço de contradições e disse que disse.
Ruim para a nação e para o povo brasileiro.
Uma festa para analistas internacionais e cartunistas e humoristas tupiniquins.
Governo deplorável pelo que pretende fazer, pelo modo de agir e de dizer as coisas.
Não morrerá pela boca, pois constitucionalmente terá direito a quatro anos de contradições e maldades.
Mas com certeza fará um papelão a um só tempo doloroso e risível.
Luciano Siqueira
Desde criança escutamos dizer: — Em boca fechada não entra mosquito.
Diz-se de quem fala em demasia e sem critério.
O ato de dizer algo é precioso, desde que a Humanidade engatinhou na criação da linguagem.
Futuros ministros do novo governo abusam de falar e desdizer, na medida em que desagradam grupo de pressão ou próprio presidente eleito.
Claro que o que se questiona no futuro governo da República é mais do que o gesto e palavras desconectadas da realidade e mesmo das intenções do novo governante.
O que se questiona é, na essência, o rumo que pretende imprimir ao País, em diversas dimensões — seja na observância dos preceitos constitucionais, no trato da soberania nacional, no manejo de reformas que retiram direitos e precarização relações de trabalho, seja também no que se refere à condução da economia.
O ultraliberalismo em toda a sua radicalidade, próprio da extrema direita mundo afora, parece ganhar aqui status de ideologia ou mesmo religião, pétrea na observância dos seus dogmas.
Entretanto, vale observar o bate cabeças quase diário entre integrantes do futuro novo ministério e o próprio presidente eleito.
O escolhido para a Saúde, afirma e repete que deseja estabelecer reavaliações periódicas dos médicos envolvidos com a rede pública, apesar dos desmentidos do capitão Bolsonaro.
Outro antecipa o fim do ministério do Trabalho, para em seguida o chefe desdizer — não se sabe por discordância ou por recuo.
Depois de escolhido futuro chanceler, um diplomata de segundo escalão de ideias primárias e preconceituosas, não é ele mas um dos filhos do presidente que viaja aos EUA para afinar os ponteiros com o governo Trump no combate aos governos e às forças progressistas no subcontinente sul-americano
E assim por diante.
Que governo teremos?
Provavelmente mais do que um governo direitista, submisso aos desígnios dos EUA, contrário aos interesses e aos direitos dos que vivem do próprio trabalho. Também um poço de contradições e disse que disse.
Ruim para a nação e para o povo brasileiro.
Uma festa para analistas internacionais e cartunistas e humoristas tupiniquins.
Governo deplorável pelo que pretende fazer, pelo modo de agir e de dizer as coisas.
Não morrerá pela boca, pois constitucionalmente terá direito a quatro anos de contradições e maldades.
Mas com certeza fará um papelão a um só tempo doloroso e risível.
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