27 maio 2020

Janelas para o mundo


Livros são armas contra a ignorância
José Luis Simões*



Desde o Egito Antigo, cerca de 2.000 a. C., quando o faraó contratava escribas para deixar seu legado histórico registrado para gerações futuras, a educação se apresenta como instrumento de distinção social.
A simples habilidade de ler e escrever traz oportunidades e amplia horizontes. Na sociedade contemporânea, os analfabetos ficam com as migalhas no mercado de trabalho. Por exemplo, no Brasil hoje temos cerca de 8% de analfabetos na população, a maioria está sem emprego, vive de bicos, à míngua.
Se a simples habilidade de boa leitura e escrita significa obter oportunidades no mercado de trabalho e na vida social, níveis mais elevados de instrução escolar geram novas e melhores chances de ascensão social.
Na outra ponta, eruditos, ou pessoas que alcançam o ápice da instrução escolar (com mestrado, doutorado, MBA etc.) dificilmente estão desempregados e, geralmente, tem os melhores salários e ocupações. É claro que há exceções, mas servem apenas para confirmar a regra.
Feito o preâmbulo acima, a ideia central que apresento aqui é a seguinte: só é possível alcançar ascensão social e níveis elevados de saber as pessoas que, além de acumular diplomas, colecionam muitas leituras.
Os livros são armas para obter ascensão social no mundo hodierno. E ainda servem para combater o preconceito e a ignorância. Os livros carregam em si conhecimento, pesquisa, ciência. Os livros são munição fundamental para adquirir, além de sabedoria, autonomia, respeito e liberdade.
Não é à toa que na história da humanidade os ditadores e líderes autoritários se insurgiram contra os livros e a educação. Governantes autoritários sempre preferem um povo mais "dócil", ignorante, afinal, é mais fácil manipular ou comandar quem não questiona e analisa, mas quem aceita verdades absolutas e apenas diz "sim senhor" ou "não senhor".
Os livros guardam conhecimentos que nos tornam mais inteligentes, livres, educados, autônomos, independentes e civilizados.
 

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*José Luís Simões é professor do Centro de Educação/UFPE.

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