Com três zagueiros, São Paulo dá condições para Daniel Alves e Reinaldo brilharem mais
O camisa 10 tem de jogar vindo de
trás, para armar, ou pelo lado, como nas últimas partidas
Tostão,
Folha de S. Paulo
O meio de
semana foi repleto de jogos. Não dá para ver tudo, mesmo em quarentena. Invejo
alguns analistas, que, ao mesmo tempo, veem mais de uma partida e, imediatamente
após os jogos, fazem comentários detalhados de todos eles, com dados
estatísticos. Será que eles veem em duas televisões, uma ao lado da outra,
assistem a uma partida pela TV e outra pelo celular ou assistem a tudo em uma
mesma TV, com divisão de imagens?
Tento evitar
ser refém da tecnologia. Quando não é possível, algumas pessoas me salvam. Por
outro lado, sou apaixonado pela ciência, pelo conhecimento. Nesta semana,
assisti, na TV Cultura, no programa Roda Viva, a uma ótima entrevista com o
indígena, ativista ambiental, escritor e filósofo Ailton Krenak.
Ele disse que ciência e tecnologia são diferentes, que ciência é a produção de
conhecimento, enquanto a tecnologia é o processamento e o desenvolvimento do
conhecimento.
Futebol é
ciência, tecnologia, disputa esportiva, entretenimento, história, cultura e
negócio. Os europeus precisam encontrar uma solução, uma terceira via. Não pode
ser a ganância da
Superliga nem a estagnação da atual Liga dos
Campeões.
Pela
Libertadores, o Palmeiras,
mais uma vez, ganhou, mas não agradou o torcedor. Muitos não querem
apenas torcer, querem também um futebol melhor. As deficiências principais do
Palmeiras não estão no desenho tático, na estratégia e muito menos na qualidade
do elenco. Estão na aproximação dos jogadores para trocar passes, sem afobação,
para chegar ao gol de uma maneira mais lenta ou mais rápida, de acordo com o
momento. É o "football association", criado no fim dos anos 1800.
Se os
torcedores do Palmeiras estão insatisfeitos, os do São Paulo estão felizes com
o time e com o técnico Hernán Crespo. Ainda é cedo para euforia.
Crespo, em um jogo recente, escalou
Daniel Alves de meia ofensivo, de costas para o gol, e percebeu que não era o
lugar dele. Daniel tem de jogar vindo de trás, com a ampla visão do conjunto,
para armar as jogadas, como fez no ano passado, ou pelo lado, como nas últimas
partidas, como um armador, um ala, função que o consagrou no futebol.
A formação do São
Paulo, com três zagueiros, dá muito mais condições para Daniel Alves
e Reinaldo brilharem ainda mais. Certa vez, o técnico Marcelo Bielsa, mestre de
Pep Guardiola, disse que não entendia como a seleção brasileira não jogava com
três zagueiros, já que tinha os dois melhores laterais apoiadores do mundo,
Daniel Alves e Marcelo. Foi o que fez Felipão na Copa do Mundo de 2002, pois
tinha, na época, Cafu e Roberto Carlos.
No Flamengo,
mesmo quando o time ganha e atua bem, o torcedor critica Rogério Ceni, pois o
time não joga tão bem como ocorria com o português Jorge Jesus. A dificuldade defensiva
do Flamengo acontece por não recuperar a bola mais rapidamente, por deixar
muitos espaços na defesa, já que a equipe atua muito no campo adversário, e
porque Diego e Gerson se destacam mais pela armação do que pela marcação.
Flamengo, no
Brasil, e Bayern, na Europa, são exceções na formação do meio-campo, pois não
têm um volante centralizado e mais marcador, como Casemiro, no Real Madrid,
Rodri, no Manchester City, e outros. Quase todas as grandes equipes europeias
jogam com um trio no meio-campo, um volante, que marca e inicia as jogadas
ofensivas com bons passes, e um armador de cada lado, que pode ser mais
construtor ou mais ofensivo. Cada um faz de seu jeito.
A formação do São
Paulo, com três zagueiros, dá muito mais condições para Daniel Alves
e Reinaldo brilharem ainda mais. Certa vez, o técnico Marcelo Bielsa, mestre de
Pep Guardiola, disse que não entendia como a seleção brasileira não jogava com
três zagueiros, já que tinha os dois melhores laterais apoiadores do mundo,
Daniel Alves e Marcelo. Foi o que fez Felipão na Copa do Mundo de 2002, pois
tinha, na época, Cafu e Roberto Carlos.
No Flamengo,
mesmo quando o time ganha e atua bem, o torcedor critica Rogério Ceni, pois o
time não joga tão bem como ocorria com o português Jorge Jesus. A dificuldade
defensiva do Flamengo acontece por não recuperar a bola mais rapidamente, por
deixar muitos espaços na defesa, já que a equipe atua muito no campo
adversário, e porque Diego e Gerson se destacam mais pela armação do que pela
marcação.
Flamengo, no
Brasil, e Bayern, na Europa, são exceções na formação do meio-campo, pois não
têm um volante centralizado e mais marcador, como Casemiro, no Real Madrid,
Rodri, no Manchester City, e outros. Quase todas as grandes equipes europeias
jogam com um trio no meio-campo, um volante, que marca e inicia as jogadas
ofensivas com bons passes, e um armador de cada lado, que pode ser mais
construtor ou mais ofensivo. Cada um faz de seu jeito.
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