Para Chico Buarque
Bosco Rolemberg*
Passei a tarde escutando suas canções.
Traguei a emoção profundamente.
Você deve ter a dimensão do bem que fizeste aos da nossa
geração.
Desde os tempos da faculdade, violão chinfrim embaixo do braço,
colado nos caderninhos com suas canções.
Greves, passeatas, diretórios, congressos, conferências, UNE,
Ibiúna ao som das suas canções.
A descoberta do amor, a louca paixão, ao som das suas canções.
A definição do projeto de vida e o compromisso do encontro
marcado com a luta e o carinho, ao som das suas canções.
A ditadura mostrou que não estava de brincadeira: sequestrou, torturou,
matou e prendeu, mas as noites e os anos passaram mais rápidos ao som das suas
canções.
A notícia da sua visita aos presos políticos provocou um
reboliço na Penitenciária Barreto Campello em Itamaracá.
O país ainda enfrenta tormentas em busca do seu projeto de
nação.
Quando queremos expressar os mais profundos sentimentos,
cantamos Chico Buarque.
O meu velho violão dos anos sessenta ainda está comigo.
Ana também lhe manda um beijo.
Quando queremos comemorar a vida juntos por cinquenta anos, vou
buscar os caderninhos e tocar o que ela gosta de ouvir, as canções de Chico
Buarque.
*Artista plástico, dirigente do PCdoB em Sergipe
Uma dica de leitura para quem gosta de Ariano
Suassuna https://bit.ly/3whh2hh
2 comentários:
Se fosse na nossa casa acrescentaria o momento em que as canções de Chico chegaram acompanhada das histórias infantis de um quarteto de animais que descobriram que juntos eram fortes. Ou da história da menina de chapéu amarelo que resolveu enfrentar o seu medo.
Se fosse na nossa casa acrescentaria o momento em que as canções de Chico chegaram acompanhada das histórias infantis de um quarteto de animais que descobriram que juntos eram fortes. Ou da história da menina de chapéu amarelo que resolveu enfrentar o seu medo.
Postar um comentário