O PCdoB e suas lutas
estão mais vivos do que nunca
Por Luciana Santos*
www.pcdob.org.br
A edição do jornal O
Estado de S. Paulo do domingo (27), com manchete que proclama uma
hipotética ronda do fantasma da extinção dos comunistas, publica matérias que
manipulam grosseiramente as dificuldades que o PCdoB e outras legendas
democráticas enfrentam em decorrência de legislações que ameaçam o pluralismo
político assegurado pela Constituição Federal.
À rigor, desde que foi fundado, em 1922, se alardeia o fim do Partido Comunista do Brasil. Mas ele segue vivo e atuante, a caminho de seu centenário, na linha de frente da oposição ao governo Bolsonaro, da construção da frente ampla e da jornada em defesa da vida e da democracia.
O
neofascismo, que viceja em situações de crises como a que atualmente assola o
capitalismo, tem como o alvo os comunistas, uma vez que o epicentro do Programa
Socialista do PCdoB é o ideal progressista, patriótico e democrático.
Proclamar
o fim do PCdoB nessa conjuntura, portanto, é falsear a realidade ou se deixar
sucumbir ao fanatismo bolsonarista, que ambiciona banir os comunistas,
socialistas e ambientalistas de nosso país, como primeiro passo para sepultar a
democracia.
Muito ao
contrário, dezenas de personalidades e lideranças da política, dos movimentos
sociais, da cultura, das ciências, nas celebrações dos 99 anos do PCdoB,
ressaltaram que o PCdoB, por todo seu legado, é indispensável ao Brasil e à
democracia.
As dificuldades
eleitorais da atualidade refletem as conjunturas de avanços e retrações da luta
revolucionária e democrática. Desde o triênio em 1989-1991 do século passado,
com o fim da União Soviética, os partidos marxistas, como PCdoB, atravessam um
período de defensiva estratégica, e a isso se soma, no Brasil, o neofascismo
bolsonarista à frente do governo da República.
Mas mesmo
essa adversidade está em movimento. No plano internacional, a pandemia está
demonstrando a incapacidade do capitalismo de responder aos anseios da
humanidade. A China socialista desponta como uma grande potência mundial que,
junto aos demais países socialistas, como Cuba e Vietnã, estão demonstrando a
vitalidade do socialismo, tanto em eficácia quanto em ações solidariedade.
No
Brasil, cresce a frente ampla, impulsionada pela mobilização do povo, que
retoma a batalha das ruas. E o PCdoB está na linha de frente dessa jornada.
Em
síntese, o PCdoB tende a crescer, a se fortalecer, a se revigorar e, portanto,
de um modo ou de outro, lutará para garantir sua presença no parlamento
brasileiro. Mas, seja qual for a saída, o pressuposto é a continuidade
histórica, a preservação da identidade e da autonomia orgânica do PCdoB.
A
federação partidária é uma proposta, hoje, de um leque amplo de partidos e
lideranças em defesa do pluralismo, da diversidade da democracia brasileira.
Atende às necessidades de representação da esquerda, do centro e da direita. É
nesse sentido que o PCdoB está empenhado com setores da frente ampla para
aprová-la.
À medida
em que a luta popular e democrática avança, o PCdoB se manifesta com toda a sua
história, com a solidez de suas propostas e com o peso do seu ideal socialista.
Foi assim em todos os episódios de crises e, mais uma vez, seu vigor político
emerge.
O
centenário do PCdoB já desponta, porque ao lado de sua resiliência às
ditaduras, sempre soube renovar-se, aprender com seus erros, atuar em frentes
política e sociais e, como o peixe procura a água, obstinadamente busca se
vincular à vida e à luta do povo.
Quando veio
o golpe militar de 1964, juraram de morte o PCdoB e ele lutou e resistiu. Se
irrompeu um tufão anticomunista com o fim da União Soviética e o Partido soube
reafirmar o socialismo em bases novas, revigorado pelas lições da história.
PCdoB e
suas lutas estão mais vivos do que nunca. Proclamar o seu fim é um delírio dos
opressores. Seguiremos, apoiado no povo e nas convicções de nossa militância,
construindo com amplitude caminhos para salvar vidas e tirar o Brasil da crise.
O século
XXI será um tempo de transformações e grandes lutas. O socialismo rejuvenescido
por essas transformações e confrontos se apresentará à classe trabalhadora e à
humanidade como caminho para construção de um mundo de paz e de vida digna e
feliz para quem trabalha. O PCdoB, que nasceu abraçado com a bandeira do
socialismo, seguirá lutando pela sua vitória em nosso país.
*É
presidenta do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco
.
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