Documento aponta
que orçamento secreto prejudicou 18 programas do MEC
Nota técnica diz que
apropriação de verba da Educação pelo Congresso,mediante o orçamento secreto,
afeta programas, como o de alfabetização
Paulo Capelli, Metrópoles
Apropriação pelo Congresso de verba que deveria ser gerida pelo
Executivo, o orçamento
secreto prejudicou ao menos 18 programas do Ministério da
Educação (MEC). É o que aponta nota técnica obtida pela coluna com data de
junho de 2020, ano em que o orçamento secreto foi gestado, após Jair Bolsonaro se render de vez ao Centrão para afastar a
ameaça de impeachment.
Redigido por técnicos
especializados em orçamento, o documento expressa a preocupação com a redução
da verba discricionária (aquela que pode ser manuseada com mais flexibilidade)
por parte do MEC. E cita o orçamento secreto, chamado tecnicamente de emendas
de relator-geral, como o “ponto de partida para a complexidade de gestão
orçamentária da pasta”.
Os técnicos afirmam que
o orçamento secreto abocanhou “expressivos” R$ 3,656 bilhões da Educação em
2020, reduzindo verba discricionária do MEC para executar programas e políticas
públicas. E fizeram um alerta sobre o que ocorreria em 2021 caso a tendência
permanecesse: mais de 18 programas seriam prejudicados.
Veja: Será aceitável que 9 crimes tão
graves fiquem impunes? https://youtu.be/sJ2lSvc193E
“Essa tendência compromete o alcance de metas
relevantes para as políticas educacionais do governo, como: Política Nacional
de Alfabetização, Programa Nacional da Educação Educação Especial, Programa
Nacional do Livro e do Material Didático, Exames e Avaliações Nacionais da
Educação Básica e Superior (entre eles o Enem), Fundo de Financiamento
Estudantil (Fies), Concessão de Bolsas de Estudos no Ensino Superior (Capes),
Programa de Inovação Educação Conectada, Programa de Fomento à Implementação de
Escolas em Tempo Integral, Programa de Apoio à Implementação da Base Nacional
Comum Curricular, Programa Brasil Alfabetizado, Programa de Apoio ao Novo
Ensino Médio, Programa Nacional das Escolas Cívio-Militares, Programa de
Educação Tutorial, Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento
das Instituições de Ensino Superior, Apoio à Manutenção da Educação Infantil,
Programas de formação e concessão de Bolsas de Apoio a Educação Básica,
Programa de Residência em Saúde, Programas de Bolsa-Permanência, dentre
outros”.
No documento, os
técnicos pediram incremento de R$ 6,9 bilhões para despesas discricionárias em
2021, para que os programas fossem minimamente executados, uma vez que essa
verba ainda seria insuficiente. No entanto, a quantia foi aumentada em apenas
R$ 1,1 bilhão, ficando em R$ 19,8 bilhões.
[Ilustração: Mural/Folha UOL]
Veja: Quem
semeia o caos colhe o quê? https://bit.ly/3zPlBnw
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