Cada vez mais, valoriza-se o
desempenho, não apenas o resultado
Palmeiras, líder do
Brasileiro, une os dois em proporções parecidas
Tostão, Folha
de S. Paulo
Noto que, cada
vez mais, a crônica esportiva e as pessoas que gostam, que acompanham e que
querem compreender o futebol valorizam o desempenho, não apenas os resultados,
o que é muito bom, embora analisemos muito o desempenho a partir do resultado.
O Palmeiras, líder do Brasileirão,
une desempenho e resultado, em proporções parecidas, dentro e fora de casa. Daí
a regularidade e a eficiência. Mesmo continuando com a característica
principal, a velocidade para chegar ao gol adversário, o Palmeiras é
hoje um time com várias facetas, de acordo com o momento.
Até
recentemente, o Palmeiras se destacava muito mais pelas jogadas ofensivas pela
direita, com Marcos Rocha, Dudu, Raphael Veiga e Rony. Os adversários começaram
a ter mais cuidado nesse setor, e o time passou a jogar também pela esquerda,
com Dudu, com o avanço do lateral por aquele lado e com a passagem de Scarpa
para a direita, de onde conduz a bola para o centro, para finalizar, passar e
cruzar com grande precisão.
Enquanto o Corinthians, segundo colocado, é muito
criticado por ter resultados muito melhores que o desempenho, o São Paulo,
décimo colocado, nove pontos atrás do Corinthians, costuma ser mais
bem avaliado, com a justificativa de que o time tem sido obrigado a usar muitos
reservas, o que também acontece com o Corinthians.
O Corinthians
não está bem colocado porque é um time de sorte. Possui um ótimo sistema
defensivo, uma qualidade essencial, o que não acontece com o São Paulo. O
Corinthians, com a volta de vários jogadores importantes, tem boas chances de
crescer no segundo turno.
Logo abaixo do
Corinthians está o Fluminense, muito bom no desempenho e no resultado. Por
causa do bom jogo coletivo, descobri que o Fluminense possui ótimos jogadores
praticamente em todas as posições. O eficiente zagueiro Manoel dá passes
corretos, o que me surpreendeu. Cano é o artilheiro da temporada, da Copa do
Brasil e do Brasileirão, seguido por outro argentino, Calleri, do São Paulo.
Nem por isso pedem na Argentina a convocação dos dois para a seleção, pois
sabem que é mais fácil fazer gols na América do Sul.
O Fluminense,
com o jogo de aproximação e de troca curta de passes até o gol, e o Palmeiras,
com o jogo veloz e de passes mais longos, são as duas equipes que jogam em
melhor nível no Brasil.
Apesar da
derrota, o Atlético, quarto colocado no Brasileirão, já sob a influência da contratação de
Cuca, melhorou um pouco contra o Corinthians. Mestre Cuca,
provavelmente, vai escalar e utilizar a mesma estratégia do período anterior,
que é praticamente a mesma usada por Turco Mohamed. Porém o time deve melhorar,
porque o futebol é muito mais que movimentos sincronizados. Os jogadores e os
torcedores do Atlético estão radiantes e gostam das manias, das superstições,
das esquisitices e do talento do novo treinador.
O segundo
turno do Brasileirão não será idêntico ao primeiro. Alguns clubes, como o São
Paulo e, principalmente, o Flamengo, devem evoluir, no desempenho e no
resultado. Espero ver também, no segundo turno, bons jogos e golaços,
especialmente os que unem o coletivo e o individual.
Ver um
belo gol é tão prazeroso quanto assistir, como fiz dias atrás, depois de dois
anos e meio, por causa da pandemia, à Orquestra Filarmônica de Minas Gerais,
sob a regência do grande maestro Fábio Mechetti. Ao piano, o extraordinário
Arnaldo Cohen, tocando o russo Sergei Rachmaninov. Ainda bem que ele não foi
cancelado.
.
Leia também: De chaleira, como
antigamente https://bit.ly/3IdHpuV
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